Num momento em que a CBF se vê diante de uma guerra política que opõe o presidente afastado, Rogério Caboclo, e o grupo dominante que tem à frente Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa em 2018, a Seleção brasileira passou a ser usada, claramente, com fins políticos. Isso ficou evidente durante a convocação da equipe, na manhã desta sexta-feira, para os três próximos compromissos pelas Eliminatórias do Mundial do Catar.
Minutos antes de Tite anunciar a lista, na sede da CBF, no Rio, o coordenador Juninho Paulista revelou que o chefe da delegação para os jogos contra Chile, Argentina e Peru, respectivamente nos dias 2, 5 e 9 de setembro, será o presidente da Federação de Futebol do Maranhão, Antônio Américo.
Juninho também disse que na sequência das eliminatórias a CBF pretende levar o jogo com o Uruguai para a Arena de Manaus. Seria um modo de agradar o presidente da Federação de Futebol do Amazonas, Dissica Tomaz Valério.
São as federações estaduais que vão determinar em assembleia se Caboclo poderá ou não voltar ao comando da CBF – está fora por causa da acusação de assédio sexual e moral contra uma funcionária da entidade. Quem dá as cartas no momento na confederação é Del Nero, rompido com Caboclo. Partiu dele a decisão de adular dirigentes das federações a fim de conseguir votos suficientes para a exclusão definitiva do presidente afastado.