Se você viu um dos três jogos do Brasil na Copa América, provavelmente já se perguntou: "onde está o Fernandinho?" ou "onde está o Elias?". Tem sido difícil encontrar os dois em campo, porque a dupla tem se omitindo de participar das jogadas ofensivas da Seleção de Dunga. A consequência é óbvia: os jogadores de ataque são facilmente marcados, o time não surpreende e o jogo fica sonolento.
É claro que Fernandinho e Elias têm como primeira responsabilidade a marcação. Mas é muito raso dizer que isso os impede de participar mais ativamente do jogo. Elias usou esse argumento quando foi questionado sobre o motivo de não aparecer mais na área, como já fez em Corinthians e Flamengo.
"Aqui é outro estilo, outro esquema de jogo. Tem quatro jogadores na frente para decidir a partida. Tenho que fazer minha primeira função, o Dunga me convoca como volante. Quando há espaço, eu vou. Quando não há, tem que ficar por trás e fazer a bola girar", tentou explicar o corintiano.
É muito comum ver Fernandinho ou Elias iniciarem as jogadas do Brasil e ficarem parados atrás. Eles apenas fazem o primeiro passe, normalmente da maneira mais simples possível, e não dão continuidade ao lance. O pior é que os dois têm técnica para irem muito além disso. Difícil é saber por que não vão.
E com certeza a culpa não é só deles. O técnico Dunga sempre gostou de prender mais os volantes para dar liberdade aos laterais. Isso tem acontecido bastante com Daniel Alves e Filipe Luis, que são vistos com frequência na área dos adversários. O lateral direito já deu assistência para gol de Neymar no duelo de estreia, contra o Peru, por exemplo.
Isso é um indício de que Dunga não deve mexer nessa dupla, também porque ele tem poucas opções para isso: os outros volantes do elenco são Casemiro e Fred, ambos com pouca experiência e com atuações negativas recentemente. Fred, por exemplo, jogou mais avançado contra Peru e Colômbia, mas esteve mal.
Casemiro só atuou no amistoso contra Honduras e também ficou muito preso na marcação. Dunga poderia ter feito um teste com o volante do Real Madrid neste domingo, quando a classificação já estava garantida, mas preferiu usar David Luiz nessa posição. Não deu certo, e o time até tomou pressão. Ou seja, tudo indica que os volantes continuarão sendo um problema grave para o Brasil ganhar a Copa América.