Empresas têm controle de convocações da Seleção, diz jornal

16 mai 2015 - 22h20
(atualizado às 23h12)

A maioria dos torcedores pelo menos imagina que há mais critérios para a convocação de atletas à Seleção Brasileira do que simplesmente seu desempenho dentro de campo. Destaque internacional dos jogadores, marketing e outras variáveis fazem parte da realidade do futebol. Mas, neste sábado, foram revelados contratos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com empresas que podem penalizar financeiramente a entidade caso os nomes de maior destaque, como Neymar, não sejam chamados para amistosos do time canarinho.

Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, a CBF tem vínculos com as empresas International Sports Events (ISE) e Pitch International, que pagam à entidade para organizar amistosos da Seleção, mas, como contrapartida, exigem que as convocações sejam enviadas a elas com 15 dias de antecedência. Caso os atletas do "Time A" (com mais apelo de marketing, condições técnicas e reputação) não estejam na relação e sua ausência não seja justificada por laudo médico, os grupos podem multar a Confederação em 50% da cota paga por amistoso, cujo valor total é de aproximadamente R$ 3,1 milhões.

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Dunga é o atual responsável por comandar a Seleção Brasileira dentro de campo
Dunga é o atual responsável por comandar a Seleção Brasileira dentro de campo
Foto: Mowa Press / Divulgação

Mesmo em caso de contusão de alguma das principais peças do grupo verde e amarelo, a CBF é obrigada, por contrato, a substituí-lo por algum atleta de nível similar nos critérios descritos acima.

Neymar seria do chamado "Time A" das empresas que influenciariam nas convocações
Foto: Bruno Domingos/Mowa Press / Divulgação

O contrato com a ISE, que contém as cláusulas citadas, tem duração estipulada até 2022, com prioridade de renovação de 90 dias. Sendo assim, os amistosos de preparação para as Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, também serão explorados pelo grupo.

José Marin e Del Nero: ex e atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol
Foto: Nelson Almeida / AFP

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, saiu em defesa do vínculo firmado em 2006, na administração de Ricardo Teixeira, que precedeu seu antecessor, José Maria Marin. Para o dirigente, o acordo evita que a entidade máxima do futebol brasileiro tenha prejuízo em amistosos com públicos baixos e garante que tais partidas sejam garantia de receita.

"Nós fazemos o possível para cumprir os contratos. Quando nós chegamos já tinha esse contrato, então temos de cumprir. Eu não chego a dizer que esse contrato é ruim. Porque quando a gente jogava no Brasil não chegava a tirar esse valor (de R$ 3,1 milhões). Se analisarmos, hoje o contrato é bom", declarou Del Nero, em entrevista ao jornal. O presidente garantiu, entretanto, que todas as cotas de transmissão dos amistosos são embolsadas pela CBF.

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Dunga, Marco Polo Del Nero e Gilmar Rinaldi são os "homens fortes da CBF" atualmente
Foto: Rafael Ribeiro/ CBF / Divulgação
Gazeta Esportiva
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