Hino, união e protesto: Fortaleza formou espírito da Seleção

Dia 19 de junho de 2013 marcou a partida que definiu o espírito da Seleção de Felipão; um ano depois o Brasil reencontra México no mesmo Castelão

16 jun 2014 - 06h43
(atualizado em 17/6/2014 às 04h14)
<p>Seleção cantou hino até o final pela primeira vez em Fortaleza; reencontro com a cidade diante do mesmo adversário, o México</p>
Seleção cantou hino até o final pela primeira vez em Fortaleza; reencontro com a cidade diante do mesmo adversário, o México
Foto: Getty Images

Enfrentar o México no Estádio Castelão leva mais do que boas lembranças à Seleção. A reedição do confronto da Copa das Confederações nesta terça-feira, exatamente no mesmo estádio, acionará na memória dos jogadores brasileiros elementos que ajudam a explicar a formação do grupo que conquistou o evento-teste e ganhou corpo para disputar a Copa do Mundo.

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Felipão disse antes do amistoso contra a África do Sul, em março, que a formação do espírito campeão está diretamente ligada ao que aconteceu em Fortaleza entre os dias 17 e 19 de junho de 2013 no auge da efervescência de protestos que abalou o Brasil naquele mês.

Após vencer a estreia em Brasília, a Seleção desembarcou em Fortaleza e acompanhou da cidade o crescimento em todo o País do movimento iniciado em São Paulo contra o aumento na passagem de transportes públicos. David Luiz e Hulk se posicionaram sobre o tema com uma clareza poucas vezes vista no futebol. “Bate um pouco de vontade de ir às ruas”, disse Hulk.

Os fatos devolveram à Seleção um ambiente político, e a partida do dia 19 de junho ganhou uma conotação que transcendia o futebol. Enquanto do lado de fora do Castelão manifestantes entravam em confrontos violentos com a Polícia, o público cearense recepcionou o time com um ambiente incandescente, com faixas de protesto contra o que se vivia no País e de apoio à Seleção.

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O Hino Nacional começou a ser executado, os jogadores se abraçaram e o canto não cessou com o corte da música instrumental. A continuação até o fim da primeira parte em plenos pulmões transformou-se em um marco desta Seleção, como se um manifesto tivesse sido feito por meio do hino.

“O Brasil quando joga no Nordeste, fecha. Tudo começou na Copa das Confederações. Quando começou o hino foi maravilhoso", relembrou Hulk, que ainda contou que a cidade deu à Seleção um ambiente familiar nos dias em que ficou hospedada no Marina Park, hotel que voltou a recebê-los nesta passagem.

Em campo, o Brasil promoveu uma blitz contra o México, venceu o jogo e embalou para a conquista do título. No dia seguinte, já em Salvador, a Seleção viu os protestos chegar ao auge e fazer a ponto de a Fifa cogitar o cancelamento da Copa das Confederações. O torneio teve sequência e o grupo campeão foi formado.

Brasil vivia durante o Brasil x México de 2013 o auge dos protestos que abalaram o País
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Um ano depois, a força do hino ainda move a Seleção. Na abertura contra a Croácia, o canto à capela foi repetido pelos paulistas, mas meio que na marra, sem a espontaneidade do ato em Fortaleza. De qualquer forma o espírito daquele dia 19 de junho foi mantido.

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Hoje o País ainda lida com protestos contra a Copa e por melhorias em outros setores, mas sem a abrangência e força de 2013. Não existe aquela efervescência, todos os jogos até o momento foram disputados sem ocorrências graves no lado externo e não há dúvidas de que o Mundial chegará ao seu fim. Mas a Seleção espera manter a chama acesa naqueles três dias em Fortaleza.

O time que enfrentará o México deve ser o mesmo - Hulk é dúvida por problema físico. Hoje resta menos dúvidas em relação à força da Seleção, mas o desafio de uma Copa do Mundo é infinitamente maior do que a Copa das Confederações. Os brasileiros desembarcaram em Fortaleza no último domingo com a esperança de renovarem as forças na cidade para a reta final de uma caminhada que pode levar à consagração.

Fonte: Terra
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