André Jardine, técnico da Seleção Olímpica, falou sobre a preparação do Brasil para os Jogos de Tóquio, que começam no dia 22. Além disso, o treinador comentou as ausências finais de jogadores como Pedro, que chegou a ser convocado, e Neymar, que disputou os Jogos do Rio em 2016.
O atacante Pedro chegou a ser convocado por Jardine, mas o Flamengo, clube do atleta, acabou vetando sua participação nos Jogos. Richarlison, que está participando da Copa América, será o substituto. "Eu estava muito tranquilo, porque acho que não há ninguém errado. Cada um defende seu projeto. Comentei na convocação que o Pedro tinha feito por merecer a vaga. Primeiro tratamos com justiça e depois que tivemos a negativa do Flamengo a gente passou a trabalhar com outras situações. O Richarlison ganhou força pois, apesar de nunca ter jogado com a gente, ele sempre mostrou essa vontade de disputar as Olimpíadas. O clube liberou e engatamos essa alternativa muito boa, é atleta de Seleção principal, tem tudo para dar muito certo essa escolha", disse Jardine em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Em relação ao Neymar, Jardine disse que sua convocação chegou a ser debatida, mas desde o início sabia que não seria fácil contar com o atleta. "Era uma hipótese (convocar o Neymar). A partir do momento que nós nos classificamos, a gente discutiu as possibilidades que teríamos. Neymar, Marquinhos, todas essas referências são jogadores que nos animam. Ele é um dos maiores jogadores do mundo, imaginávamos ele na equipe, mas desde o início saberia que seria difícil. Com a Copa América grudada nas Olimpíadas, ele não abriria mão de disputar a Copa, até porque ele não foi campeão na última. Dificilmente o clube o liberaria para duas competições, então não nutria muito essa esperança", garantiu.
O treinador que teve passagem pelo São Paulo falou sobre o desafio de convocar os jogadores certos para os Jogos e disse como pretende que sua equipe jogue na competição. "A Seleção olímpica tem essa característica, é um desafio muito grande fazer uma lista forte, levamos em conta vários aspectos, temos que contar com a compreensão dos clubes, dos jogadores… É um projeto desafiador. Agora temos que fazer esse elenco ser uma equipe do mesmo nível dos jogadores".
"É uma competição (Olimpíadas) muito particular, até parecida com as competições que jogamos na base, em que você não pode errar, correr esse risco. Queremos ter um time agressivo, mas sem correr muitos riscos. Aí a importância dos treinamento que vamos ter, para buscar esse equilíbrio como time. Esse é o sonho de todo treinador", concluiu.
Perguntado se essa é a geração mais talentosa que participou de uma Olimpíada recentemente, Jardine não quis entrar nesse mérito. Ainda por cima, exaltou que a organização do projeto pode ser mais valiosa que o talento dos jogadores. "Os comparativos sempre são difíceis. Só assisti pela TV as outras gerações, mas o que posso falar é que é uma geração talentosa, nos preparamos, tivemos várias etapas. Fomos conhecendo essa geração, para justamente chegar hoje aqui. Hoje temos várias alternativas, jogadores que conhecem o projeto. Esse é o maior ponto positivo. O talento só não te garante nada. Mais que uma geração talentosa, é um projeto que foi muito bem pensado, a CBF planejou cada etapa".
O Brasil está no Grupo D das Olimpíada ao lado de Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita. A estreia será contra os alemães, no dia 22 de julho.