O time titular da Seleção Brasileira não foi anunciado por Tite e nem está definido para o início da Copa do Mundo, mas já é possível ter uma ideia de como o Brasil jogará diante da Sérvia, no dia 24 de novembro. Sendo assim, sabemos que quem assumirá a função de centroavante será Richarlison, que por sua vez também terá a missão de encerrar o fantasma da "camisa 9" da Seleção nas últimas Copas.
Aos 25 anos, o atacante do Tottenham não é um centroavante de ofício e nem tem jogado assim pelo seu clube, mas no time de Tite já foi responsável pela posição algumas vezes e tem tudo para iniciar o Mundial com essa responsabilidade. E bota responsabilidade nisso! Imagine usar a 9 da Seleção e ter que marcar os gols nesse nível?
Pois foi o que fez Fred na Copa de 2014, no Brasil. Sob o comando de Felipão, ele foi o camisa 9 daquela equipe, mas seu desempenho, principalmente em números, acabou ficando aquém do que se espera de um jogador dessa função. O agora aposentado atacante marcou apenas uma vez naquela edição do Mundial: na goleada por 4 a 1 sobre Camarões, na última rodada da fase de grupos.
Por conta da falta de gols e de performance, ele ficou sendo chamado pejorativamente de "cone" e saiu bastante criticado em uma Copa em que a atuação brasileira passou longe de ser boa, tanto é que a eliminação acontece naquele que é o maior vexame da história dos Mundiais: o 7 a 1 para a Alemanha na semifinal.
Quatro anos depois, na Copa do Mundo da Rússia, um outro centroavante recebeu a missão de apagar o desempenho ruim do camisa 9 anterior: Gabriel Jesus, um dos homens de confiança de Tite. Depois de uma participação excelente nas Eliminatórias e respeitado no Manchester City de Guardiola, a esperança era grande sobre o que o ex-palmeirense poderia fazer naquele Mundial.
No entanto, o fantasma de 2014 também rondou Jesus, que passou a Copa sem marcar gol, ou seja, zerou. Embora haja explicações táticas para isso, a verdade é que o principal responsável pelos tentos da Seleção não balançou a rede em cinco partidas disputadas. As críticas foram pesadas em cima do garoto de 21 anos, tanto que até hoje ele tem ficado marcado por aquela imagem deixada na Rússia.
Agora é a vez de Richarlison assumir essa "bronca" e ele vai bem credenciado para o Qatar. São 38 jogos pela Seleção Brasileira e 17 gols marcados, ou seja, praticamente um tento a cada duas partidas, média que pode fazer a diferença na Copa do Mundo. Claro que não será sua responsabilidade um hipotético fracasso do Brasil, mas haverá a chance de reverter essa "maldição" da camisa 9.
Luis Fabiano, na África do Sul, em 2010, foi o último camisa 9 da Seleção a marcar um número considerável de gols em uma Copa do Mundo. Foram três bolas na rede: duas diante da Costa do Marfim, na fase de grupos, e um diante do Chile, nas oitavas de final.
Os jogadores convocados por Tite se apresentam no dia 14 de novembro, em Turim, na Itália, onde a Seleção Brasileira vai treinar por cinco dias, no CT da Juventus, antes de viajar para o Qatar (dia 19 deste mês). A comissão técnica chega antes, entre os dias 12 e 13.
A Seleção estreia na Copa no dia 24, às 16h, contra a Sérvia, depois enfrenta a Suíça, no dia 28, às 13h. Para encerrar a participação no Grupo G, ela duela com Camarões, no dia 2 de dezembro, às 16h.