Antes mesmo do início da Copa do Mundo de 2014 já havia a especulação de quem poderia substituir Luiz Felipe Scolari no comando da Seleção Brasileira depois da competição. O nome de Tite estava em evidência e ele era indagado sobre isso em entrevistas. Agora, no entanto, a situação se inverteu. Tite é o técnico do Brasil para a Copa da Rússia, que começa nesta quarta (14), e não há ninguém no País cotado para sua vaga, caso deixe o cargo ao fim do Mundial.
Ou seja, Tite navega em mar sereno sem a sombra de concorrentes. Se o Brasil for campeão, ele poderá seguir na CBF. Se o título não vier, deve sair e aí vai ser preciso um exercício de adivinhação para uma aposta no sucessor.
Em 2014, Tite parecia prever seu futuro como treinador da Seleção. Nos meses que antecederam à Copa, optou por não aceitar nenhum trabalho, a fim de facilitar as negociações num eventual convite.
Ocupava-se com palestras para grandes empresas brasileiras e multinacionais e idas à Europa pare ver jogos da Liga dos Campeões. Preferia dispensar o tempo com a família e a esposa, Rose. Enquanto curtia sua segunda passagem vitoriosa pelo Corinthians, declarava sua torcida pelo time de Felipão e se incluía numa hipotética lista de substitutos do colega na Seleção.
“Num caderno de quatro, cinco nomes, eu vou estar porque o trabalho me credenciou a isso”, disse, em entrevista publicada em 31 de maio de 2014 pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O técnico já acumulava no currículo alguns títulos de ponta, como o da Libertadores e o do Mundial de Clubes em 2012. Em 2013, ganhara ainda a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Paulista. Todos pelo Corinthians. Fora outras conquistas importantes pelo Grêmio e Internacional anos antes.
Com o fracasso naquele Mundial, a CBF, no entanto, decidiu trocar Felipão por Dunga e Tite foi obrigado a esperar mais dois anos – somente em junho de 2016, ele subiu ao topo e passou a dirigir a Seleção.