Nada é ingênuo no mundo do futebol que envolve a CBF e suas seleções. Não é à toa que o técnico Tite, segundo informou o site ge.globo, tem pontuado que permanece distante do que representa Jair Bolsonaro para o País e que também não abraça a candidatura de Lula à presidência.
Ele estaria à espera de uma “terceira via” para escolher seu voto na eleição presidencial de outubro de 2022.
Ainda de acordo com o ge.globo, Tite já definiu que não seguirá para um encontro com o chefe da Nação no caso de a Seleção ganhar o Mundial do Catar, no ano que vem. A justificativa para a decisão é de que não quer que uma eventual conquista seja explorada politicamente.
O Mundial terminará em 18 de dezembro, ainda com o mandato de Bolsonaro em curso. O atual presidente já deu declarações públicas a favor do afastamento de Tite da Seleção. Para frear o desgaste de sua imagem junto aos seguidores de Bolsonaro, o técnico passou a dar sinais de que também não optará por Lula. Quer distanciamento dessa polarização.
Se depender da vontade de Tite, seria a primeira vez, na história dos títulos mundiais da Seleção, que a delegação não seria recebida pelo presidente da República na volta do exterior.
Juscelino Kubitschek abriu essa galeria em 1958. João Goulart repetiu o gesto em 1962 e Emílio Garrastazu Médici, em 1970. Depois, em 1994, Itamar Franco fez as honras da casa, e, em 2002, a contragosto da CBF, Fernando Henrique Cardoso se passou por anfitrião – na oportunidade, os dirigentes da confederação estavam irritados com o fato de FH não ter entrado em contato com a delegação antes e durante a competição.