A conta que o Flamengo precisa fazer para ser campeão brasileiro

Bom início de Tite dá esperanças de título ao rubro-negro, mas chances dependem de confronto direto e estagnação do Botafogo

25 out 2023 - 09h33
Em dois jogos, Tite tem 100% de aproveitamento no Flamengo
Em dois jogos, Tite tem 100% de aproveitamento no Flamengo
Foto: Gazeta Press

Tite chegou, acalmou os ânimos inflamados durante a passagem de Jorge Sampaoli e já emplacou duas vitórias seguidas no comando do Flamengo. Em ambos os jogos, incluindo o clássico contra o Vasco, o time não sofreu gols. Mas é o suficiente para o torcedor rubro-negro voltar a sonhar com a nona taça do Campeonato Brasileiro?

A resposta a esta pergunta é simples: depende. Em primeiro lugar, do Botafogo. Qualquer possibilidade de título de outro concorrente depende de colaboração generosa do alvinegro e da manutenção do retrospecto da equipe comandada por Lúcio Flávio no returno.

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Faltando 10 rodadas para o fim do campeonato e 30 pontos em disputa, o Botafogo tem 44% de aproveitamento no segundo turno, enquanto o vice-líder Red Bull Bragantino, dono da melhor campanha desta metade final, soma 74%. Se ambos mantiverem seus percentuais, o time de Bragança Paulista será o campeão após 38 rodadas, com 74 pontos, deixando para trás o Glorioso, que terminaria com 72 pontos.

Ou seja, as chances do Flamengo dependem da estagnação do aproveitamento do rival carioca neste segundo turno e, também, de superar o Bragantino como principal concorrente ao título. Nesse aspecto, os comandados de Tite terão a oportunidade de ultrapassar a equipe paulista em confronto direto válido pela 30ª rodada, adiado por causa da final da Libertadores, no Maracanã.

Caso desbanque o Bragantino, contando com o Botafogo empacado em 44% de aproveitamento, o Flamengo dependerá, por fim, de uma melhora de desempenho na reta final. Atualmente, o aproveitamento rubro-negro no segundo turno é de 67%. Para chegar aos mágicos 74 pontos, precisa subir seu percentual para 80%. Isso significa arrancar oito vitórias em 10 jogos – ou sete vitórias e três empates.

Impossível? Em 2009, o Flamengo alcançou uma façanha ainda mais complicada. Naquela edição, o time havia terminado a 28ª rodada com 44 pontos (seis a menos que a pontuação atual) e a 10 pontos do então líder Palmeiras (um a mais que a diferença para o Botafogo). Sob a batuta de Andrade, foram oito vitórias, um empate e somente uma derrota nos últimos 10 jogos, arrancada que valeu o hexacampeonato.

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Com um elenco repleto de estrelas, vencedor – apesar da temporada abaixo das expectativas – e oxigenado pela chegada de Tite, o Flamengo passa a enxergar o título como viável se repetir os 83% de aproveitamento de 2009 nessas 10 rodadas finais. Um percentual semelhante aos 82% do Botafogo ao cravar a melhor campanha da primeira metade do Brasileirão.

De qualquer forma, o Glorioso segue com uma vantagem confortável na liderança, sete pontos à frente do segundo colocado – diferença que chegou a ser de 16 no meio do campeonato. Mas é preciso atentar que, no patamar atual, um aproveitamento ligeiramente inferior ao botafoguense no primeiro turno é suficiente para a perda do título. E quando se trata de Flamengo no retrovisor, não vale a pena correr o risco de “deixar chegar”.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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