Coudet x Diniz, o duelo mais promissor das semifinais da Libertadores

Internacional e Fluminense se enfrentam sob o comando de treinadores adeptos do bom futebol

1 set 2023 - 07h58
Fernando Diniz e Chacho Coudet se enfrentam na semifinal da Libertadores
Fernando Diniz e Chacho Coudet se enfrentam na semifinal da Libertadores
Foto: Gazeta Press

Em que pese o confronto pesadíssimo entre Boca Juniors e Palmeiras, que juntos carregam nove títulos da América, Fluminense x Internacional tende a ser o embate mais interessante das semifinais desta Copa Libertadores, já que coloca frente a frente dois dos técnicos mais ofensivos e arrojados do futebol sul-americano.

De um lado, Fernando Diniz, que chegou à seleção brasileira pelo jogo vistoso e de muitos passes praticado por suas equipes. Entre os times que alcançaram as quartas de final do torneio, o Flu é o que tem o maior percentual de posse de bola e, ao contrário do Flamengo, conseguiu superar o tricampeão Olimpia justamente por ditar o ritmo dos dois jogos. Venceu com autoridade tanto no Maracanã quanto no Defensores del Chaco – sua primeira vitória como visitante após quase quatro meses.

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Do outro, Chacho Coudet, que retornou ao comando do Inter para substituir Mano Menezes em julho e, apesar do pouco tempo de trabalho, cumpriu a missão de avançar na competição continental. Havia deixado ótima impressão em seu primeiro trabalho no Beira-Rio, quando, por divergências com a diretoria, preferiu seguir caminho para o futebol europeu. Desde 2015 o Colorado não passava das quartas de final.

Já o Fluminense volta à semi depois de 15 anos, após ter sido vice-campeão em 2008. Sua melhor atuação nesta edição foi na fase de grupos ao golear o River Plate, adversário superado pelo Inter nas oitavas.

Além de ostentarem o feito de ter desbancado a melhor equipe argentina dos últimos anos, Coudet e Diniz trazem muitas semelhanças na bagagem, sobretudo o apreço pela bola, a intensidade à beira do campo, o protagonismo de seus times e a valorização do bom futebol.

Cada um a sua maneira, eles avançaram à fase decisiva da Libertadores por meios bastante autorais. Enquanto Coudet implementou a essência da sua identidade jogo ao sufocar o River no Beira-Rio e foi o humilde o suficiente para baixar linhas e jogar com três zagueiros contra o Bolívar na altitude de La Paz, Diniz bancou John Kennedy – destaque tanto no jogo de ida quanto na volta – no time titular e tornou sua equipe ainda mais agressiva diante do Olimpia.

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Obviamente, com quatro semifinais seguidas de Libertadores e bicampeão com o Palmeiras, Abel Ferreira segue como favorito e o mais bem cotado entre os treinadores para mais uma conquista. Entretanto, até mesmo pelo estilo mais defensivo do Boca de Jorge Almirón, os encontros com os argentinos devem ser travados e não muito vistosos – foi assim que os xeneizes se classificaram em cima do Racing, nos pênaltis, depois de dois 0 a 0.

Por outro lado, a expectativa para o duelo entre Inter e Fluminense é de muita disputa pela posse de bola e jogos mais abertos, repletos de alternância. Se Coudet e Diniz não abrirem mão de seus estilos, tem tudo para ser uma semifinal histórica – e, tanto pelos técnicos como pela qualidade das equipes, sem favoritos.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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