Cruzeiro e Diniz reeditam projeto bem-sucedido com Luxemburgo

Técnico volta a ter grande oportunidade na carreira após seguidas demissões na seleção e no Fluminense

23 set 2024 - 14h41
(atualizado às 14h43)
Fernando Diniz assume o cargo de técnico do Cruzeiro
Fernando Diniz assume o cargo de técnico do Cruzeiro
Foto: Getty Images

Contratado como novo comandante do Cruzeiro, Fernando Diniz volta à ativa três meses após a demissão do Fluminense. Uma grande oportunidade na carreira do técnico que preza pelo futebol vistoso e de toque de bola, tal qual a torcida celeste sempre valorizou.

Diniz e Cruzeiro tentam reeditar um projeto bem-sucedido com Vanderlei Luxemburgo, mais de duas décadas atrás, quando o clube mineiro conquistou a lendária Tríplice Coroa em uma das páginas imortais (e com um dos maiores times) de sua história.

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Em agosto de 2002, Luxemburgo, mesmo em baixa no mercado depois de uma passagem curta e frustrada pela seleção brasileira, foi a aposta cruzeirense para retomarem, juntos, o protagonismo nacional. O experiente treinador usou os meses restantes daquele ano para montar o time que seria campeão mineiro, brasileiro e da Copa do Brasil na temporada seguinte.

Também questionado pelo baixo aproveitamento na seleção e na reta final de sua trajetória no Fluminense, onde foi campeão da América e da Recopa, Diniz chega a Belo Horizonte em cenário semelhante ao da primeira dança de Luxa na Toca da Raposa, mirando no longo prazo, porém com uma diferença importante: a chance de disputar um título continental já nos primeiros meses de trabalho.

Com a vantagem de 2 a 0 no confronto com o Libertad, o time celeste pode alcançar a semifinal da Copa Sul-Americana menos de dois anos depois de voltar à primeira divisão. Além de brigar pela taça, Diniz tem a missão de planejar a próxima temporada e, nesse sentido, é fundamental devolver a equipe à zona de classificação para a Libertadores no Campeonato Brasileiro.

Sob a batuta de Fernando Seabra, demitido nesta segunda-feira, o Cruzeiro chegou a exibir algumas das virtudes apreciadas pelo novo treinador, como a ofensividade e a imposição pela posse de bola, mas caiu de produção após a chegada de reforços como Walace, Matheus Henrique e Kaio Jorge. De qualquer forma, há uma identidade de jogo a ser aproveitada e potencializada, o que pode facilitar a adaptação do elenco ao dinizismo.

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Em um clube disposto a investir como os Perrella no início do século, Diniz tem boas condições para tentar repetir – ou ao menos se aproximar – dos feitos alcançados por Luxemburgo, que, na época, também era visto como um técnico arrojado e disruptivo. Para tanto, será imprescindível o respaldo irrestrito do atual comando, que jamais demonstrou plena confiança no potencial de Seabra.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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