Emplacando outro bom trabalho depois de ter sido injustamente demitido do Flamengo, Dorival Júnior alcançou sua segunda final consecutiva de Copa do Brasil. Assim como no ano passado, quando levou o clube rubro-negro à conquista diante do Corinthians, o treinador do São Paulo vai à decisão ostentando favoritismo, porém com mérito em dobro.
Se em 2022, temporada em que também ganhou a Libertadores, o técnico contava com o melhor elenco do Brasil, dessa vez a campanha com o tricolor paulista atesta sua capacidade de potencializar um grupo de jogadores até então desacreditado sob o comando de Rogério Ceni.
É verdade que Dorival foi presenteado com os luxuosos reforços de James Rodríguez e, sobretudo, Lucas Moura, que fez a diferença na virada sobre o Corinthians no Morumbi. Pela segunda vez jogando em seu estádio, o São Paulo reverteu desvantagem após sair perdendo a primeira partida, tal qual contra o San Lorenzo pela Sul-Americana.
Com a atmosfera do estádio como trunfo, o sorteio do mando de campo pode favorecer ainda mais o São Paulo. Mas, independentemente de jogar ou não em casa o segundo jogo, é inegável que o time tricolor chega à final mais organizado, confiante e tranquilo que seu rival.
Será mais um reencontro do Flamengo com o antigo técnico. Durante sua passagem pelo Ninho do Urubu, ele foi muito elogiado por atletas por conseguir promover um ambiente saudável e de união no clube. Agora, a maré virou completamente.
Vitor Pereira, sucessor de Dorival, não durou nem um semestre no cargo. Sampaoli chegou com a missão de apagar incêndio e corrigir os rumos de uma temporada repleta de frustrações. Quando parecia encontrar um caminho em campo, o vestiário implodiu com a agressão de seu auxiliar a Pedro e, por último, a troca de socos entre Varela e Gerson durante um treinamento.
Os dois foram a campo contra o Grêmio – o uruguaio, que teve o nariz fraturado na briga com o companheiro, saiu lesionado aos 30 minutos do primeiro tempo –, o Flamengo venceu por 1 a 0 e garantiu a classificação. O desempenho ainda não agrada, mas o fundamental era carimbar a vaga na decisão pra ver se os ânimos se acalmam até setembro.
Por ora, até mesmo pela campanha na competição, a dupla peso-pesado de reforços e os méritos de Dorival, o São Paulo larga como favorito ao título inédito da Copa do Brasil. Porém, muita coisa pode acontecer em um mês. Tempo suficiente para o melhor elenco do país reencontrar a paz e o melhor futebol.