Estados Unidos dão vexame em Copa América manchada por baderna

Mais um evento promovido pela Conmebol termina em confusão, insegurança e tentativa de invasão antes da final entre Argentina e Colômbia

14 jul 2024 - 22h39
(atualizado em 15/7/2024 às 08h30)
Pessoas pisoteadas e truculência: vídeos mostram a confusão na final da Copa América
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Pouco mais de 24 horas depois do atentado a tiros contra o ex-presidente Donald Trump, os Estados Unidos voltaram a chocar o planeta por falhas de segurança em eventos de massa. Dessa vez, em Miami, a final da Copa América entre Argentina e Colômbia precisou ser adiada em 1h20 por causa de distúrbios no entorno do Hard Rock Stadium.

Milhares de pessoas sem ingresso forçaram a entrada e invadiram o estádio. Diante da dificuldade de conter a invasão, as forças policiais ordenaram o fechamento dos portões. Muitos torcedores argentinos e colombianos ficaram feridos em meio à confusão, enquanto outros acabaram detidos.

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Nem mesmo depois do incidente na semifinal entre Uruguai e Colômbia, quando jogadores uruguaios se envolveram em briga na arquibancada com parte da torcida colombiana, a organização da Copa América foi capaz de reforçar o efetivo policial e garantir um esquema de segurança adequado para a final. Com a alta demanda por ingressos, era mais do que previsível a aglomeração de torcedores em busca de entradas de última hora.

O torneio foi encarado pelos Estados Unidos como evento-teste para o Mundial de Clubes de 2025 e para a Copa do Mundo de 2026. E o país, reconhecido por sua tradição em promover grandes espetáculos esportivos, falhou miseravelmente na primeira amostra de maior proporção no futebol.

Torcedores tentaram invadir estádio antes da final da Copa América
Torcedores tentaram invadir estádio antes da final da Copa América
Foto: Getty Images

Em outra ponta, não menos culpada, está a Conmebol. Mais uma vez, a confederação sul-americana vê um de seus principais torneios terminar em baderna. Em 2017, também houve invasão de torcedores na final da Sul-Americana, no Maracanã. No ano seguinte, a decisão da Libertadores entre Boca Juniors e River Plate foi transferida para Madri por causa de um atentado contra o ônibus dos xeneizes.

Já no ano passado, brigas entre torcedores de Boca e Fluminense se espalharam pelo Rio de Janeiro antes da última final continental. Semanas depois, o clássico Brasil x Argentina foi paralisado devido a uma pancadaria generalizada nas arquibancadas do Maracanã.

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Justamente pela reincidência de episódios violentos em estádios da América do Sul, a Conmebol decidiu levar a Copa América para os Estados Unidos, em parceria com a Concacaf, mas, sobretudo, instigada pelo plano de turbinar o faturamento com a venda de ingressos e propriedades comerciais. Todavia, mesmo longe do continente sul-americano, a competição não ficou imune a falhas grotescas de organização e segurança.

A começar pelo tamanho reduzido dos gramados, imposição dos estádios norte-americanos aceita pela Conmebol e que gerou reclamações de praticamente todas as seleções, assim como a logística dos campos de treinamento, muito distantes dos hotéis e dos locais de jogos na maioria das cidades-sede.

Ostentando arenas que custaram bilhões de dólares, os Estados Unidos se mostraram incapazes de oferecer condições básicas para a realização um torneio com 16 equipes. Em dois anos, o país sediará a primeira Copa com 48 seleções e vai precisar melhorar muito se não quiser protagonizar um vexame ainda maior.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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