Embora o Flamengo tenha batido o Palmeiras por 3 a 0 no Maracanã no segundo turno, a equipe paulista leva vantagem em um fator decisivo para o título: a força em seus domínios. Neste domingo, os comandados de Abel Ferreira venceram o Fluminense no Allianz Parque e encaminharam o bicampeonato brasileiro consecutivo.
Com uma diferença de três pontos e 16 gols de saldo para o líder, o rubro-negro chega à última rodada virtualmente sem chances de ser campeão. Enquanto o Palmeiras tem a melhor campanha como mandante da competição, o Flamengo, que derrotou o Cuiabá, se despede do Maracanã com 61% de aproveitamento em casa.
São quatro vitórias a menos que os palmeirenses nos jogos em que exerceram o mando de campo, duas delas já sob o comando de Tite: a virada para o Santos, no Mané Garrincha, e o 3 a 0 para o Galo, na penúltima rodada.
Para completar, o Flamengo ainda tropeçou no clássico diante do Fluminense, que sofreu a primeira derrota após o título da Libertadores justamente para o Palmeiras. É verdade que o time de Fernando Diniz entrou em campo no Allianz desfalcado de sua base titular, poupada às vésperas do Mundial, mas os mandantes cumpriram a missão com a vitória mínima para definir o Brasileiro e bater 77% de aproveitamento atuando em sua arena.
A ironia é que, jogando como visitante, o Flamengo é quem tem a melhor campanha, com retrospecto quase similar ao de mandante (57%). O que, no fim das contas, não traduz com precisão a irregularidade da equipe rubro-negra, que teve quatro treinadores (Vitor Pereira, Jorge Sampaoli, Mário Jorge e Tite) ao longo da temporada.
Premiado pela estabilidade, capaz de blindar um técnico vitorioso de quatro derrotas seguidas sofridas em meio à eliminação na Libertadores, o Palmeiras de Abel coloca a mão em mais uma taça, também, por sobrar nos quesitos de coerência administrativa e projeto de futebol, sobretudo na comparação com o Flamengo.