O Corinthians fará sua estreia na Copa Libertadores nesta quinta-feira, a partir das 19h (de Brasília), contra o Liverpool, do Uruguai, fora de casa. Nas duas últimas aparições na competição sul-americana, o Alvinegro acabou tropeçando em seus primeiros jogos e, para o capitão Cássio, isso serviu de aprendizado para a edição de 2023.
"Muitas vezes temos que aprender com o erro e estamos fazendo isso. É só ver o ano passado, tivemos que definir (a vaga nas oitavas) fora de casa. Não temos que ir nesta linha de ser fácil, porque a Libertadores nunca é fácil. Estamos bem preparados, tivemos outras situações em que fomos com a guarda um pouco baixa e isso não pode acontecer mais. Apesar das dificuldades, temos tudo para começar bem, sem desmerecer nenhuma equipe. Vamos em busca dos três pontos", iniciou o goleiro em entrevista coletiva nesta manhã, no CT Dr. Joaquim Grava.
"A gente tem que estar ligado. Não é entrar nesse fato de que o Liverpool é menos badalado ou menos conhecido do que outras equipes que vamos enfrentar. Na última rodada do ano passado (contra o Always Ready), acabamos não ganhando e decidimos a vaga fora de casa, na Bombonera, contra o Boca Juniors. Temos que dar importância a todas as equipes, porque todas são (importantes)", complementou.
O Timão está no grupo E, ao lado, além dos uruguaios, de Argentinos Juniors, da Argentina, e Independiente del Valle, do Equador. Assim como Maycon no dia do sorteio, Cássio avaliou a chave.
"Honestamente, o que vier, vamos jogar e vamos para cima. Todos os grupos são difíceis, então, independe de nome da equipe ou se não jogou a Libertadores. Por mais que o Del Valle seja campeão da Supercopa e da Sul-Americana, temos o mesmo respeito. Temos que ir em busca da classificação, com respeito. Se a gente almeja a segunda Libertadores pelo Corinthians, temos que encarar o adversário de frente", finalizou.
O Corinthians entra em campo nesta quinta-feira, a partir das 19h (de Brasília), para enfrentar o Liverpool, do Uruguai, no estádio Centenário, em Montevideu. Será a estreia da equipe na Libertadores, na primeira rodada da fase do grupo E.
Veja outros trechos da entrevista coletiva do goleiro Cássio:
Caminho na Libertadores
"O caminho é difícil, de todas as equipes é difícil. Temos que encarar de frente. O Corinthians é uma das grandes equipes na competição, mas temos que estar entre os melhores. Temos um elenco de qualidade, temos que nos impor como Corinthians, é uma das grandes instituições do futebol e ir na briga por títulos. Mas estamos na primeira fase, temos que ir passo a passo, mas a nossa meta é fazer uma fase de grupos muito boa e avançar de fase".
Tempo sem jogos
"Honestamente, é ruim. Você treina muito, mas quando você está jogando está no ritmo. Mas é um bom sentido porque tivemos muitos treinos, correções do Fernando (Lázaro). Barletta e os meninos da base são grandes reforços, são meninos que podem ser usados no futuro. Neste ano, os meninos estão mais preparados, o Barletta também está se adaptando muito bem. Agora, é um monte de jogo atrás do outro, vamos em busca de vitórias e classificações. Esse é o nosso objetivo".
Defesa exposta?
"Não concordo, porque ano passado eu ganhei troféus de melhor goleiro, ou seja, veio um monte de bola. Neste ano, acho que tem vindo menos bolas que nos outros anos. Claro, a gente sempre tem que ter ajustes e melhorar, mas acho que este ano defendi menos bolas, neste período curto de comparação. Vindo ou não bolas, temos que melhorar como equipe, evoluir. A linha defensiva é vista, mas todo mundo tem que ajudar defensivamente. Eu me cobro para não tomar gol, sair zerado das partidas. Trabalhamos muito essa parte (no período sem jogos) e que a gente possa tomar menos gols no restante da temporada".
Invasão no CT
"Você gostaria que sua casa fosse invadida? Não é a forma mais correta de ser feita (a cobrança). Em outros anos, a gente sempre teve um elo de conversa, nunca nos negamos a conversar, mesmo nos momentos mais difíceis. A gente sempre conversou, esse caminho não é nunca o melhor, não só no Corinthians. Isso está aumentando, parece que é normal, e não pode ser. A gente sempre teve o respeito (com líderes da torcida). Não teve agressão a ninguém, falaram o que tinham que falar e foram embora. Não foi o melhor caminho, mas temos que focar nos campeonatos. Eu sei que a torcida, voltando as competições, vai apoiar a gente, como sempre aconteceu. De uma forma geral, no futebol, temos que olhar e definir para isso não acontecer mais".
Conversa com o Lázaro
"Não teve, ele conversando com a gente é mais normal, porque o histórico dele… Ele já participou como auxiliar e analista, já esteve em Copa do Mundo, ele tem experiência. Vejo ele muito tranquilo e muito preparado para a Libertadores. Ele cobra muito, a postura depois da eliminação do Paulista. Isso tudo credencia ele, não temos o que falar com ele".
Fora de casa
"Não sei te falar exatamente, mas temos que melhorar. Temos que fazer um grande jogo fora de casa e trazer o resultado, não só pensando na Libertadores. É buscar pontos fora de casa. Na Copa do Brasil no ano passado, perdemos contra o Atlético-GO e tivemos que reverter em casa. Serve de aprendizado. Temos que melhorar o desempenho fora de casa, isso é nítido. Nos cobramos, é tentar evoluir e temos que buscar por títulos, Libertadores, Brasileiro… Temos que ter essa regularidade fora de casa para ajudar o Corinthians e ter mais chances de títulos".
Rodízio
"Já entra o mérito de cada treinador, cada um tem uma maneira de gerir o elenco. Tenho certeza que esse período de treino serviu para o Fernando ver, para os atletas também mostrarem que estão ali. Eu acho que o time chega preparado… Variar ou não a equipe não cabe a mim. Vamos ter bastante jogos, todo mundo tem que estar preparado, o desempenho é sempre bom".
Cássio de 2012 para o de hoje
"Acho que, lá trás, o que me fez ser titular naquele tempo até hoje, é treinar em alto nível. Eu era um menino, eu e Paulinho éramos novos, era uma equipe bem organizada, fui muito bem recebido. Substituir um cara como o Júlio Cesar, muitas vezes ele não tem o respeito que merecia, todo mundo que trabalhou com ele é super do bem. O grande fator era eu estar preparado, estar pronto para o desafio. Vamos trabalhar para conseguir a segunda Libertadores. Com todo o respeito às outras equipes, fazer um jogo melhor que o outro e o primeiro passo é a classificação para, depois, dar sequência e tentar o título".
Final do Paulista
"Eu às vezes assisto, quem tem filho sabe como é, às vezes dá para assistir ou não. Mas eu não sou o cara de ficar à frente da TV torcendo contra. Quando se deseja o mal para o outro, as coisas não fluem, acredito nisso. Tem que parabenizar o Água Santa pelo grande campeonato, o Carpini também, tem um método de trabalho muito bom, conseguiu fazer grandes trabalhos. No futuro, vamos ver ele à frente em clubes da Série A e B, o Campeonato Paulista é difícil, excelente. Que vença o melhor, independentemente (de quem seja)".
"Se for pegar, eles gastaram muito mais que o Corinthians. Não estou criticando nossa diretoria, eles contrataram mais. Temos uma equipe forte, o Barletta fez um grande Paulista pelo São Bernardo, foi um destaque e conseguimos trazer para cá. Os meninos vieram do Mundial sub-20 e estão bem entrosados, têm muita qualidade - Biro, Pedrinho e Giovane. Não dá para olhar para os adversários. Com investimento ou não, contratação ou não, acreditamos no nosso elenco. Não é uma desculpa, mas tem contratações que são feitas e fora da realidade do futebol brasileiro em outras equipes. Mas, independentemente disso, temos que brigar de igual para igual. Como Corinthians, temos que chegar perto dessas equipes e brigar por títulos".
Mais condições de título em 2023?
"Eu acho que sim, estamos mais preparados. O elenco não mudou tanto, chegaram alguns para agregar. Hoje, não há 11 jogadores, tem mais, problema para escalar com o nível da equipe. Lógico, como você disputa ano a ano a Libertadores, é melhor. Você erra, mas tenta tirar coisas boas. Temos um elenco qualificado, mas é jogo a jogo, não adianta, passo a passo. Temos que tirar coisas boas e coisas negativas dos outros anos".
Caetano
"Ele tem muita qualidade, foi emprestado e aproveitou, temos que parabenizá-lo, porque quando os jogadores são emprestados e não valorizam, ele foi para o Goiás, foi bem, treinou bem e é muito dedicado. Ele é canhoto, às vezes temos que improvisar, e ele está aí. A chance de, de repente, poder jogar um jogo, é mérito dele. Damos suporte, mas ele que tem o mérito".
Luan
"Sobre essa questão, não cabe a mim responder, mas vou dar minha opinião. Eu vou ser honesto, fico triste porque é um cara que jogou em alto nível, tem uma qualidade muito grande e vou dar um exemplo meu. Em 2016, as coisas não estavam bem, estava no banco e gordo. Eu olhei para mim e pensei 'tenho que melhorar, não é só culpa dos outros'. Então, eu falo porque gosto muito do Luan, não tenho nada de falar contra ele no convívio, mas ele tem que olhar para ele para ver o que tem que melhorar, porque é muito triste ver que o cara que foi o melhor jogador da América e estar assim. Ele tem que fazer essa reflexão, não falo para fazer polêmica, não tenho nada para falar sobre ele. Ele tem que olhar, outros jogadores também, a gente fica triste, não conseguir render. Eu espero que ele consiga dar a volta por cima, porque ele tem condições. Com atitudes, não só com palavras, ele tem que querer, tem que partir dele. Ele não desaprendeu a jogar, a qualidade ele tem. Estou torcendo muito pela volta dele".
Experiência aos mais jovens
"Esses meninos treinam muito. O Pedrinho tem tudo para ser o melhor jogador da base que subiu para o profissional, não quero colocar pressão nele. É um menino muito dedicado, trabalha demais, nível técnico. É o melhor jogador da base que eu vi subir. Uma safra boa, a gente tem que dar suporte, mas o mérito é deles. São meninos que têm muita qualidade, Biro, Giovane, têm que trabalhar e se dedicar. Eles vão dar a resposta".
Convocação dos jovens
"É uma situação difícil, os caras são bom de bola e, por mérito, foram convocados. Mas sei que eles vão conduzir da melhor forma. Na minha época, fui convocado algumas vezes. Sul-Americano fomos campeões, depois fui vendido para a Holanda. O Grêmio me vendeu. Lógico que vão fazer falta, os jogos vão começar, mas o veredicto não é meu".
Goleiros mais jovens
"A experiência que eu passo é treinando no meu limite todo dia, me cuidando fora de campo. Essa é a melhor forma de ser o exemplo. Se dedicar, trabalhar no máximo, fazer tudo o que é programado, essa é a melhor coisa que posso passar para eles. São meninos com muita qualidade: Felipe, Kauê, têm evoluído muito… Donelli, Miguel, o Corinthians está bem servido de goeiros".
Renato Augusto
"Não só nós, Fábio Santos, Fagner, Balbuena, são muitos jogadores que contribuem demais… Alguns outros, Roni, Giuliano… Eles têm contribuído, ajudado, isso enaltece… O Renato, se não jogasse em qualquer time, se ele não jogasse, faria falta, é um cara diferenciado, nível Europa. Quando ele não jogar, é um objetivo nosso, é tentar o mesmo padrão. Mas, quando se fala de um jogador fora da curva, é difícil (substituir). As características dele são diferenciadas".
Saída de Roberto de Andrade
"É uma situação que não cabe a mim, porque não sei o que aconteceu. O Roberto é um cara muito legal, que estava sempre aqui. Quando nós perdemos, nunca se escondeu, sempre esteve presente. Era um cara que cobrava, mas estava sempre presente, agregando. Porém, não cabe a mim entrar em detalhes, sou jogador, capitão, mas não sei essa parte".