Conselho do Corinthians aprova admissibilidade, mas votação de impeachment de Melo é adiada

Reunião no Conselho Deliberativo dá andamento ao processo, com clima tenso e xingamentos; ainda não há nova data para deliberação final

20 jan 2025 - 23h57
(atualizado em 21/1/2025 às 00h24)

Não vai ser tão cedo que Augusto Melo será afastado da presidência do Corinthians. Apesar de o conselho deliberativo ter aprovado a admissibilidade do impeachment, a votação de fato foi adiada por causa do horário. A primeira aprovação foi confirmada às 23h20. Ainda não há nova data.

Por 126 a 114, foi definido que o processo iria continuar, e o impeachment de Augusto Melo será votado pelo Conselho Deliberativo. A saída dos conselheiros do ginásio foi marcada por muita confusão. Apoiadores de Augusto Melo xingaram Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo. Rubão, ex-diretor de futebol, e Andres Sanchez, ex-presidente, também foram alvos de ofensa.

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Na saída do ginásio, Augusto Melo parou para falar com a imprensa, gerando grande tumulto. Apoiadores saudavam o presidente, ao mesmo tempo em que xingavam com veemência os conselheiros que deixavam o local. Augusto Melo criticou bastante Romeu Tuma Jr, afirmando que não teve oportunidade de se defender. "Romeu Tuma é um ditador. Ditador, não tem condições morais para dirigir o conselho. Tem que fazer destituição desse cara. Com esse cara no cargo, o Corinthians vai para o buraco", disparou.

Quem não votou a admissibilidade pode ficar fora da votação o impeachment do presidente na próxima reunião. Isso implicaria em apenas 240 conselheiros aptos a decidir sobre o futuro de Augusto Melo no cargo, já que os outros 62 não votaram. Integrantes do Conselho de Ética discordam e afirmam que, por se tratar de um novo encontro, todos os membros do colegiado têm direito a voto.

A Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, marcou presença. A uniformizada ficou concentrada na Rua São Jorge, atrás de grades colocadas pela polícia. Eles entoaram gritos contra o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Jr. e o ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão.

"Não vai ter golpe" e "Ei, você aí, acabo com a sua vida se o impeachment sair" foram algumas das frases entoadas pelos torcedores. O Batalhão de Choque reforçou a segurança no local para garantir a ordem.

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Dentro da sede, apoiadores de Augusto Melo vestiram uma camisa preta com a frase "Golpe aqui não. 100% Augusto Melo". Alguns ídolos do clube compareceram no Parque São Jorge, como Dinei e Biro Biro.

A votação chegou a ser suspensa por 10 minutos após o clima esquentar no Ginásio do Parque São Jorge. A sustentação da defesa de Augusto Melo ter menos tempo para se manifestar, dando início a uma confusão. Houve troca de ofensas entre Tuma e o presidente corintiano.

Houve uma segunda suspensão após parte dos conselheiros discordarem da votação de admissibilidade do rito. O processo foi paralisado e houve uma votação anônima em urna de papel envolvendo os mais de 300 conselheiros para decidir se a reunião continuava.

Algumas das pessoas que estavam presentes na votação reclamaram que o ar-condicionado estava desligado. Muitos dos conselheiros vitalícios, de mais idade, se queixaram do calor. A ação foi vista como uma estratégia para os idosos desistirem e a votação perder força. Apesar da reunião se arrastar, não houve debandada

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Para Augusto Melo, a votação do impeachment fere o estatuto do Corinthians. Isso porque a Comissão de Ética e Disciplina recomendou a suspensão da votação até o fim das investigações da Polícia Civil no caso da Vai de Bet. As averiguações estão na fase final e membros da diretoria alvinegra devem ser ouvidos nos próximos meses.

A reunião foi convocada por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, na última segunda-feira. Esta foi a terceira data marcada para a discussão do tema. Inicialmente, a votação seria em 28 de novembro, mas foi remarcada após as autoridades citarem falta de segurança no local. Os membros voltaram a se reunir em 2 de dezembro, mas Augusto Melo conseguiu suspender a votação por meio de uma liminar, derrubada dez dias depois pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

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