CBF emite nota oficial ratificando portões fechados em Cruzeiro x Palmeiras

Entidade máxima do futebol nacional explica motivos para jogo no Mineirão não ter torcida, após muitas reviravoltas

4 dez 2024 - 15h21
Foto: Divulgação / Mineirão - Legenda: Partida entre Cruzeiro e Palmeiras, no Mineirão, será de portões fechados / Jogada10

A partida entre Cruzeiro e Palmeiras nesta quarta-feira (4/12), às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, será sem torcida. A CBF e a Polícia Militar chegaram a liberar os torcedores para estarem presentes no estádio, horas antes de a bola rolar. Contudo, não vai haver tempo hábil para a preparação do entorno do local e a garantia de segurança para as duas torcidas.

Assim, a CBF emitiu um comunicado oficial na tarde desta quarta-feira, explicando os motivos para o jogo no Mineirão ser realizado sem torcida.

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Confira a nota da CBF

A propósito da publicação do posicionamento oficial da CBF em torno da realização da partida entre as equipes do Cruzeiro e Palmeiras, programada para a noite desta quarta-feira, 04, vimos prestar os esclarecimentos adicionais e atualização das informações que se seguem:

1. após a divulgação da decisão da CBF, inserida no seu sítio eletrônico às 23:51h de ontem, 03, foi recepcionado pela entidade, às 00:20h, o Ofício nº 150.Sect/2024 da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, no qual foi comunicada a mudança da recomendação anterior, que não recomendava a presença das duas torcidas no estádio, passando a admitir a possiblidade de, acaso assim deliberasse a CBF, a partida ser realizada tanto com portões fechados quanto com a presença de público das duas torcidas, dado que seria garantida a segurança policial necessária;

2. em vista, porém, de que tal mudança de posicionamento somente foi comunicada em poucas horas antes da partida, a CBF expediu nesta manhã do dia 04/11 resposta à PMMG (Ofício nº 3637) na qual salienta a inexistência de tempo útil para operacionalizar a realização da partida com a presença de público, que demanda grande contingente de pessoas e logística impossíveis de se reunir em apertado espaço de tempo;

3. por tais motivos, a CBF, amparada nos normativos legais e constitucionais que lhe asseguram autonomia administrativa sobre a gestão do futebol, ratificou o posicionamento adotado no sentido de que a partida será realizada sem oacesso do público, reafirmando, assim, o privilégio à isonomia entre os clubes participantes da competição e em respeito irrestrito aos regulamentos da CBF;

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4. por outro lado, a decisão da CBF acabou sendo considerada acertada e ratificada por decisão judicial emanada pelo MM. Juízo da Primeira Vara da Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Belo Horizonte, que no âmbito da Ação Pública promovida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, de nº 5306615-93.2024.8.13.0024, indeferiu o pedido liminar formulado pelo MPMG, que objetivava a realização da partida com a presença de torcida única do clube mandante;

5. afirma a decisão judicial que razão assiste à CBF porque, como entidade de administração do desporto, dispõe da exclusiva prerrogativa para deliberar sobre tal questão e o fez da maneira mais adequada, assim se expressando: "

"Neste sentido, a priori, entendo que razão assiste à parte ré"…. "Sob a ótica de se manter o equilíbrio esportivo, a ordem pública e a segurança do evento, tanto para os jogadores e equipe técnica, quanto para torcedores que pretendem assistir à partida, entendo que a manutenção da realização da partida a portões fechados é a medida mais acertada a se tomar".

Entenda o caso

No final de outubro, a principal torcida organizada do Palmeiras, Mancha Verde, armou uma emboscada contra um ônibus com cruzeirenses. A ação deixou mais de 20 pessoas feridas e uma pessoa morta. Diante do incidente, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou o banimento da torcida alviverde dentro do estado.

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Já naquela época, o Ministério Público de Minas Gerais pediu para que a polícia analisasse os riscos de ter torcida do Palmeiras no duelo contra o Cruzeiro, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Contudo, o tema ganhou mais força após a final da Copa do Brasil.

Um grande incidente durante a final entre Atlético-MG e Flamengo na Arena MRV chamou a atenção do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões. Assim, ele pediu que o duelo entre Cruzeiro e Palmeiras acontecesse com torcida única. O pedido acabou sendo enviado à Federação Mineira de Futebol e à CBF. Caso não acabasse atendido, Simões disse que iria judicializar a questão. Imediatamente, o Verdão foi contra a decisão.

No último final de semana, a CBF determinou que a partida acontecesse de portões fechados. O Palmeiras acatou a decisão, mas cobrou as autoridades por não garantir a segurança de seus torcedores em Belo Horizonte. Já o Cruzeiro foi ao contrário e protestou sobre a medida.

O Governo de Minas Gerais entrou na discussão e buscou que a partida acontecesse com torcida única. Mais tarde, o Cruzeiro pressionou a Justiça para que tivesse jogo com as duas torcidas, pedindo para garantir também o acesso dos palmeirenses no estádio. Contudo, o embate deve acontecer com portões fechados.

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