O governador do Rio de Janeiro anunciou na tarde desta segunda-feira que desistiu de derrubar o Parque Aquático Júlio Delamare, no complexo do Estádio Maracanã. Pelo Twitter, Sérgio Cabral afirmou que tomou a decisão depois de refletir a partir dos pedidos das manifestações que têm sido feitas contra ele recentemente. É o segundo recuo de Cabral nos últimos dias por causa dos protestos. No domingo, ele avisou que não utilizaria mais helicópteros do Governo do Estado - o Ministério Público investiga abusos.
Cabral também anunciou que se encontra na próxima quarta-feira com o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Carlos Alberto Lancetta, para definir o futuro do Estádio Célio de Barros, no mesmo complexo. As duas instalações esportivas seriam destruídas pelo consórcio que assumiu o Estádio Maracanã para fazer obras que favoreçam a sua exploração comercial e o acesso durante a Copa do Mundo do próximo ano - teria de construir um novo parque aquático e uma nova pista de atletismo em outro local. A tendência é que Cabral também volte atrás sobre o Célio de Barros.
O governador disse que tomou a decisão após uma conversa com o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes. "Ele me disse que o governo com isso estaria atendendo à natação brasileira. Diante disso, o Júlio Delamare está mantido", afirmou Cabral, que também informou o que combinou com Lancetta. "Disse a ele que pretendo encontrar a melhor solução para o atletismo do Rio."
O presidente da CBDA, que está em Barcelona para o Mundial de Esportes Aquáticos, informou em nota que tem um encontro marcado com Cabral para o dia 6 de agosto. "O governador conversou amistosamente e disse que está disposto a rever toda a questão. Vamos conversar no início de agosto e temos tudo para chegar a um consenso. O Julio Delamare é um espaço importante demais para o esporte brasileiro, para a comunidade em geral e não pode desaparecer", salientou Coaracy.
Tramita na Justiça uma ação civil pública que tenta impedir a demolição do Julio Delamare, do Célio de Barros e também da Escola Municipal Friedenreich. A Defensoria Pública da União (DPU) alega que as instalações esportivas de todo o Complexo do Maracanã são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).