A menos de uma semana da estreia na Copa do Mundo, a Seleção Brasileira tem um ótimo retrospecto nas mãos de Tite. Comandando o Brasil, o técnico multicampeão pelo Corinthians, tem excelentes números: são 21 jogos, sendo 17 vitórias, 3 empates e apenas uma derrota - um aproveitamento de 82%. O único revés aconteceu contra a Argentina, por 1 a 0, em partida amistosa realizada na Austrália.
Quando Tite assumiu o Brasil como técnico, a Seleção amargurava o sexto lugar nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo com apenas 9 pontos. Em seis rodadas, o ex-comandante Dunga tinha aproveitamento de 50% com duas vitórias, três empates e uma derrota.
O estopim para o capitão do tetracampeonato mundial brasileiro foi a campanha vexatória na Copa América de 2016, quando a Seleção foi eliminada ainda na fase de grupos. No grupo B da competição, o Brasil ganhou por 7 a 1 do Haiti, empatou em 0 a 0 com o Equador, mas perdeu para o Peru pelo placar de 1 a 0. Uma semana depois, Dunga seria afastado do cargo, e Tite seria anunciado como técnico.
Invicto nas Eliminatórias. O primeiro jogo de Tite como técnico do Brasil foi nas Eliminatórias contra o Equador fora de casa. Aquele jogo terminaria em vitória por 3 a 0 para a Seleção com dois gols de Gabriel Jesus e um de Neymar. Dali em diante, a palavra “perder” não participaria do dicionário da esquadra brasileira.
Dos 12 jogos restantes que a Seleção tinha nas Eliminatórias, os comandados de Tite venceram 10 e empataram dois. O aproveitamento do novo técnico na fase preliminar da Copa do Mundo foi de 88%. Como resultado, o Brasil saltou do sexto lugar, deixado por Dunga, para o primeiro, em uma liderança isolada com 41 pontos, 10 a mais que o Uruguai, segundo colocado.
Em amistosos, o aproveitamento do técnico da Seleção é um pouco menor: 81%. De nove jogos, Tite comandou o Brasil para sete vitórias, um empate e uma derrota. A esquadra brasileira jogou apenas três desses jogos extraoficiais contra seleções campeãs mundiais - Alemanha, Inglaterra e Argentina - saindo com uma vitória, um empate e uma derrota, respectivamente. O único jogo em que saiu vitorioso foi contra a equipe germânica.
Defesa sólida e ataque produtivo. Conhecido por criar defesas sólidas, Tite repetiu o feito que fez no Corinthians na Seleção Brasileira. Ao longo dos 21 jogos como comandante do Brasil, o gol brasileiro só foi vazado cinco vezes, uma média de um gol a cada quatro jogos. Para a Copa do Mundo, o setor defensivo titular deve contar com Alisson de goleiro, Danilo e Marcelo como laterais, Thiago Silva e Miranda como zagueiros.
Quanto ao setor ofensivo, o Brasil tem um ataque produtivo. Nas mesmas 21 partidas, os comandados de Tite marcaram 47 gols, uma média de 2 gols por jogos. Apenas em três oportunidades que a Seleção não marcou nenhum tento: em dois amistosos - contra a Inglaterra, que terminou 0 a 0, e Argentina, quando foi derrotada por 1 a 0 - e em um jogo oficial pelas Eliminatórias, em um empate por 0 a 0 contra a Bolívia.
Os maiores responsáveis por fazer o ataque brasileiro render é o trio ofensivo composto por Gabriel Jesus, Neymar e Philippe Coutinho. Juntos, os três atletas marcaram mais da metade dos tentos da era Tite na Seleção Brasileira: são 25 gols dos 47. Outro destaque da lista de artilheiros do Brasil sob comando do técnico gaúcho é o volante Paulinho, que fez sete gols, mais do que o seu companheiro de Barcelona, Coutinho, que tem seis.
Comparativo. Os últimos dois técnicos a comandarem a Seleção Brasileira antes de um período de Copa do Mundo foram Dunga, entre 2006 e 2010, e Felipão, entre 2013 e 2014. Apesar de terem tido mais partidas realizadas, ambos os técnicos não tiveram um aproveitamento tão bom quanto o de Tite (82%). Enquanto o ex-capitão do tetra ficou com 76%, o campeão do penta teve 72% em sua segunda passagem.
Das últimas quatro Copas do Mundo, de 2002 a 2014, somente duas vezes o técnico da Seleção Brasileira que vai ao Mundial não é o mesmo que iniciou o trabalho de quatro anos antes. O mais recente dos casos foi em 2014, após o fatídico 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil. Naquele momento, Felipão deixou o comando do Brasil para Dunga, que depois de dois anos, e uma eliminação precoce na Copa América, foi demitido, para Tite assumir, então, o posto.
Caso semelhante ao de Tite aconteceu em 1998. Depois da derrota para a França na final, Zagallo deixou o comando para Luxemburgo, que até Copa da Coreia e Japão foi substituído por Candinho, Emerson Leão e, por fim, Felipão. Com pouco mais de um ano para preparar a Seleção, Luiz Felipe Escolari obteve 77% de aproveitamento em 25 partidas e levou o Brasil ao pentacampeonato.
Por ter assumido a Seleção com pouco tempo, Tite não teve a oportunidade de jogar a Copa América e a Copa das Confederações, como os seus antecessores. Na primeira era Dunga, o ex-capitão do tetracampeonato conseguiu conquista as duas competições em 2007 e 2009, respectivamente. Já Felipão, em sua segunda passagem, conquistou apenas a Copa das Confederações de 2013, em uma partida contra a Espanha, a atual campeã mundial na época, no Maracanã por 3 a 0.