Se havia a expectativa de uma melhora repentina no Flamengo após a saída de Vítor Pereira, ela foi frustrada no primeiro teste. Na estreia na Copa do Brasil, contra o Maringá, a atuação seguiu o padrão da temporada. Sob o comando interino de Mario Jorge, o Rubro-Negro foi uma equipe frágil defensivamente, com pouca intensidade e produção ofensiva distante do potencial. Seja qual for o caminho tomado pela diretoria, que segue atrás de um treinador, todo o ano já foi colocado em risco pelo próprio clube.
Mario Jorge fez a opção óbvia e colocou em campo o time mais próximo possível daquele que, ao fim de 2022, comemorava os títulos da Copa do Brasil e da Libertadores. A responsabilidade de dar uma resposta após a demissão de VP, portanto, estava sobre os ombros de David Luiz, Gerson, Everton Ribeiro, Gabigol e companhia. As atuações desses quatro jogadores citados, entre os principais nomes do futebol nacional, simbolizam bem o momento no qual o Flamengo se encontra.
O zagueiro foi envolvido nos lances dos dois gols do Maringá e faz um 2023 abaixo da crítica. O Coringa representa o declínio físico do time, que viu o adversário ter o controle do meio de campo em boa parte dos 90 minutos. Everton Ribeiro, muitas vezes partindo para o ataque sem opção para tabelar, mostrou o quanto o ataque rubro-negro está distante da sintonia que outrora apresentou. Gabigol, principal finalizador da equipe e letal desde 2019, também não vai bem. Ineficiente como jamais havia sido pelo Flamengo, vive o maior jejum com o Manto: são 10 jogos sem marcar gols.
Se tem negociações em andamento pelo retorno de Jorge Jesus, a diretoria tem urgência por uma definição. A alternativa, caso o clube opte por não esperar ou o Mister resolva ficar no Fenerbahçe, segue sendo Jorge Sampaoli, livre no mercado. Seja qual for o caminho tomado pelo clube, o sucesso nos principais torneios da temporada está em risco pelos próprios erros no planejamento.