Luiz Eduardo Baptista, o Bap, é o novo presidente do Flamengo. Ele recebeu 1.748 votos na eleição realizada nesta segunda-feira, 9, na sede do clube, na Gávea, e derrotou Rodrigo Dunshee (1.165 votos), candidato apoiado pelo atual mandatário Rodolfo Landim. Maurício Gomes de Mattos, postulante próximo a Eduardo Bandeira de Mello, teve 363 votos. Brancos e nulos somaram 12 votos.
O pleito contou com a participação de 3.288 associados rubro-negros. Ao lado do vice Flávio Willeman, Bap vai comandar o Flamengo pelos próximos três anos e terá como principal missão a construção do estádio próprio para o time de futebol.
Bap é o atual presidente do Conselho de Administração do Flamengo. Ele ocupou a vice-presidência de relações externas durante o primeiro ano de gestão de Landim. O dirigente faz parte do grupo que auxiliou o presidente nas tomadas de decisão nos últimos anos, assim como Marcos Braz, vice de futebol. Ele chegou a ser apontado como o candidato da situação, mas não houve acordo. Ao optar pela candidatura de oposição, Bap conseguiu o apoio de Zico e dos ex-presidentes Kléber Leite e Hélio Ferraz.
Ex-vice-presidente jurídico na elogiada gestão de Eduardo Bandeira de Mello (2013-2018), Bap trabalha na Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro e atuou como Subprocurador-Geral do Estado nos últimos anos. Anteriormente, trabalhou de 2003 a 2019 na Sky, empresa na qual chegou a ocupar o cargo de presidente.
Bap é contrário à implementação da SAF no Flamengo. Ele estima que a construção do estádio do clube deverá custar aproximadamente de R$ 2,5 bilhões e defende que a arena, com capacidade estimada em 70 mil pessoas, deva ser erguida com recursos próprios.
Votação
Os sócios começaram a votar por volta das 8h. Figuras históricas do Flamengo, como o ex-goleiro Raul Plasmann e o ex-lateral Leandro, ídolos da era Zico, marcaram presença. Rodolfo Landim foi um dos primeiros a comparecer ao local de votação. Ele permaneceu no local conversando com dirigentes e funcionários, usando uma camisa da chapa de seu candidato. A comissão eleitoral informou que a votação só começaria depois que ele deixasse o espaço.
Além de Landim, o candidatos Dunshee, Bap e Maurício Gomes de Mattos compareceram ao pleito ainda pela manhã. O clima foi amistoso entre as chapas ao longo do dia, mas foi ameaçada confusão quando Bap denunciou o uso do sistema do clube para verificar se o associado teria condições de voto ou não. O Presidente da Assembleia convocou integrantes de todas as chapas e o caso rapidamente foi amenizado. A apuração transcorreu com normalidade e contou com um simbólico abraço entre os três candidatos enquanto os apoiadores presentes nas arquibancadas do ginásio cantavam o hino rubro-negro.
Esta foi a primeira vez na história que a eleição do Flamengo foi realizada por meio de urnas eletrônicas, fornecidas pelo pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). O procedimento permitiu que o resultado do pleito fosse conhecido pouco tempo depois das 21h, quando a votação foi encerrada. Dois representantes do Ministério Público do Rio (MP-RJ) estiveram no local para acompanhar os trabalhos.
Não havia favorito ao pleito. Landim esperava eleger o sucessor especialmente após o período de vitórias do Flamengo com ele à frente do clube. Desde 2019, o time conquistou duas vezes o Brasileirão, Libertadores e a Copa do Brasil. Contudo, o presidente se tornou alvo de críticas pela falta de títulos de expressão desde a temporada passada, além do baixo rendimento do time com Tite, Jorge Sampaoli e outros técnicos que não deram certo. A insatisfação se baseia na forte arrecadação do clube, dono da maior receita do futebol brasileiro em 2023: R$ 1,3 bilhão.