Melhor jogador do Brasileiro no returno, Michael, do Fla, é veloz, driblador e dono de uma técnica sofisticada. Dá gosto vê-lo jogar. Na goleada dos cariocas sobre o São Paulo por 4 a 0, nesse domingo (14), no Morumbi, o atacante fez dois gols e assumiu a artilharia da competição. Sobressaiu também por ter dominado a bola com os “pés trocados”, de letra, num lance de puro talento no segundo tempo da partida.
Exatamente por isso quase foi agredido pelo lateral Reinaldo, do Tricolor. Um princípio de tumulto generalizado ameaçou a continuidade do jogo. No meio da confusão, o que mais chamou a atenção foi a reprimenda do árbitro Leandro Pedro Vuaden em Michael. Advertiu-o como se tivesse cometido um ato desrespeitoso.
A atitude do soprador de apito vai na contramão da história do futebol brasileiro. Vuaden não seria capaz de trabalhar num jogo em que dividisse o campo com Garrincha. O anjo de pernas tortas ganhou o mundo com seus dribles desconcertantes, com os quais muitas vezes deixava o adversário caído no gramado. E Garrincha fazia isso em várias situações, incluindo aquelas em que não havia necessariamente a possibilidade de uma finalização de seu time.
Vuaden representou nesse domingo a falta de compromisso da arbitragem brasileira com o futebol vistoso que consagrou a equipe pentacampeã mundial. Não é por acaso que o único jogador do Brasil com o carimbo de craque, o que arrisca dribles que enchem os olhos do torcedor, é caçado em todas as partidas da Seleção e de seu clube, o PSG.