Gabriel Barbosa, o Gabigol, estará para sempre marcado na história do Flamengo e na vida de muitos torcedores. Mesmo com o desgaste sofrido na relação nos últimos meses com queda de rendimento dentro de campo, suspensão por tentativa de fraude no exame antidoping e o vazamento de uma polêmica foto com a camisa do Corinthians, o artilheiro segue na memória e, em alguns casos, na certidão de nascimento dos rubro-negros.
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Desde 2019 no Ninho do Urubu, o atual camisa 99 colecionou títulos títulos e foi peça importante nas conquistas da Libertadores (2019 e 2022), Brasileirão (2019 e 2020), Supercopa do Brasil (2020 e 2021), Copa do Brasil (2022), Recopa Sul-Americana (2020), Campeonato Carioca (2019, 2020, 2021 e 2024) e Taça Guanabara (2020, 2021 e 2024).
Com contrato até dezembro, o atacante foi afastado das partidas do Flamengo no Campeonato Brasileiro após Júnior Pedroso, empresário do jogador, afirmar que está em busca de novos ares para o jogador já na janela de transferências no meio do ano. Com isso, ele não pode defender a equipe carioca em mais de sete jogos na competição, caso contrário, fica impossibilitado de jogar por outra equipe na competição. No momento, o Palmeiras é o principal interessado na contratação de Gabigol.
Porém, esse fim amargo de ‘casamento’ não vai diminuir a importância do artilheiro nos seis anos na Gávea. Enquanto os espaços vazios na sala de troféus do Flamengo diminuíram, uma legião de crianças com o nome Gabriel surgiu no Rio de Janeiro, com pais batizando os filhos como xarás do ídolo.
Esse é o caso de Leandro Vasconcellos, pai de Gabriel Henrique de Arrascaeta. A homenagem, neste caso, não foi apenas para o atual camisa 99. Ele também lembrou de Bruno Henrique e do uruguaio Giorgian de Arrascaeta na hora de escolher o nome.
A opção pelos craques não foi por acaso. O trio foi responsável pela jogada do gol de empate flamenguista contra o River Plate na histórica final da Libertadores de 2019.
“Eu achava que ia morrer e nunca ia ver o Flamengo ganhar uma Libertadores. E em 2019 aconteceu aquilo. O gol de empate foi uma jogada dos três. Passou aquela euforia do jogo e pensei: ‘Pô, se eu tiver um filho homem vou dar o nome de Gabriel Henrique de Arrascaeta, porque foi uma jogada dos três’. Depois disso, conheci minha atual esposa, flamenguista também, e contei pra ela”, explicou o profissional da área da saúde.
De início, Leandro lembra que a esposa, que também é flamenguista, não aprovou a ideia. Atualmente, no entanto, ela gosta até mais do que o idealizador, que, às vezes, passa raiva com o trio em campo.
“Passou um tempo, ela ficou grávida e falei. De início, ela não queria. Só que fui conversando e consegui convencê-la. Hoje em dia, ela gosta mais do que eu. Eu fico put* com eles às vezes jogando”, brincou.
Esses momentos de raiva, porém, não chegam a virar arrependimento. Mesmo que tenha ficado mexido com o episódio em que Gabigol vestiu a camisa do Corinthians, Leandro garante que acertou na escolha do nome do filho.
“Arrependimento, não. A torcida sempre abraçou ele. Só que essa da camisa do Corinthians pegou muito mal com os flamenguistas. Realmente caiu um pouco o conceito dele com os flamenguistas. Por mim, caiu um pouco. Tudo que eu sentia por ele e sempre defendi, caiu um pouco, confesso. Parece que ele não se importa muito com a gente, flamenguistas e o Flamengo”, disse o pai.
Para Leandro, aliás, Gabigol só fica atrás de Zico na prateleira de ídolos do clube da Gávea. Os dois gols na final contra o River Plate, em 2019, e o tento solitário contra o Athletico-PR, na decisão de 2022, são fundamentais para tamanha idolatria.
“Querendo ou não, ele está na história do Flamengo. Eu sempre disse que atrás do Zico já vem o Gabigol, como segundo maior ídolo da história do Flamengo. Eu achava que o Flamengo nunca seria campeão [da Libertadores], e ele deu dois títulos pra gente”, explicou.
E se o pequeno Gabriel torcer para outro time? Ao ouvir a pergunta, Leandro sequer cogitou o cenário. Para ele, sua influência vai ser o suficiente para tornar o garoto rubro-negro, assim como sua mãe fez quando lhe batizou em homenagem em histórico lateral direito do Flamengo. José Leandro de Souza Ferreira participou da conquista da Libertadores e do Mundial do Flamengo em 1981, além de ter defendido a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982.
“Já me fizeram muito essa pergunta. Eu acho difícil. A minha mãe me influenciou muito, meu nome é Leandro por causa do lateral direito. Minha mãe me influenciou muito, e eu pretendo fazer isso com ele. Se ele não gostar de futebol, mas pelo menos for flamenguista, tá bom”, completou.
Aumento do número de registros do nome Gabriel no Rio de Janeiro
Coincidência ou não, houve um aumento do número de crianças registradas com o nome Gabriel no Rio de Janeiro desde a chegada do atacante ao Flamengo. Além disso, 2020, um ano depois da histórica final da Libertadores, em que ele marcou os dois gols da virada sobre o River Plate, foi o ano em que mais xarás do artilheiro nasceram no Estado, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil.
- 2018: 771 registros (13º nome) (8º entre meninos)
- 2019: 547 registros (11º nome) (7º entre meninos)
- 2020: 1865 registros (11º nome) (8º entre meninos)
- 2021: 1615 registros (13º nome) (9º entre meninos)
- 2022: 1265 registros (15º nome) (11º entre meninos)
- 2023: 1250 registros (17º nome) (11º entre meninos)
Como é possível observar, apesar de a quantidade de registros ter aumentado significativamente no Rio de Janeiro, o nome Gabriel não subiu posições no ranking de registros no Estado, já que outros nomes também apareceram mais vezes nas certidões de nascimento.
Brasil não fica atrás
Além do aumento no Rio de Janeiro, o Brasil todo viu uma “explosão” do nome Gabriel nos registros. Para efeito de comparação, os xarás do ataque foram de 5875 certidões em 2019 para 19692 em 2020.
Homenagem de flamenguista
Da mesma maneira que Leandro e Gabriel Henrique foram registrados em homenagem aos ídolos, o mesmo pode ter acontecido em outros nomes, principalmente com Arthur Antunes Coimbra, também conhecido como Zico, o maior ídolo da história do Flamengo.
Segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil, o nome Arthur liderou a lista de nomes mais registrados no Rio de Janeiro de 2018 a 2021.