Os primeiros 20 minutos da decisão do Campeonato Carioca indicavam que o Fluminense venceria o Flamengo. O Tricolor tinha mais posse de bola, trocava passes no campo ofensivo e dominava amplamente o adversário, que se encontrava acuado em campo. Só que futebol é bola na rede e apesar de ter as rédeas da partida, o time de Diniz não teve efetividade, característica que esteve presente no Rubro-Negro, que acabou vencendo por 2 a 0.
O Fluminense esteve longe de ser aquele time envolvente. Os três zagueiros escalados por Vitor Pereira protegeram bem o gol de Santos, que fez apenas uma grande defesa em chute de Jhon Arias, que foi a melhor chance do Tricolor. Não por acaso, a jogada saiu após um erro de passe de Gerson, evidenciando que a produção ofensiva foi um problema.
Além dos três zagueiros, o Flamengo teve por muitos momentos uma linha linha de defesa com cinco jogadores, com os alas Varela e Ayrton Lucas. O jogo do Fluminense tem como ponto forte a movimentação e a aproximação de seus atletas. Isso gera superioridade contra o adversário, possibilitando uma linha de passe para progredir ofensivamente.
Na prática o estilo de jogo se fez presente, só que o Fluminense habitualmente enfrenta times com uma linha de quatro defensores. Esse jogador extra do Flamengo impediu que a área estivesse descoberta. O Tricolor rondou as laterais do campo, mas não conseguiu entrar na área em condições claras de chutar. Sozinho e vigiado por três zagueiros, Germán Cano foi peça nula no clássico. O argentino finalizou apenas duas vezes, ambas sem perigo e sem direção.
O Fluminense precisa reconhecer que não soube superar a retranca do Flamengo, assim como pode também reclamar da arbitragem. Léo Pereira poderia sim ter sido expulso, primeiro pela violência da jogada, um carrinho por trás, segundo por não ter tido disputa de bola, já que o rubro-negro visou apenas parar a jogada, praticando assim o antijogo. Pelos argumentos apresentados, o cartão vermelho era justo, independentemente dele ser ou não o último homem da defesa.
Vale lembrar que o Flamengo já vencia o Fluminense por 1 a 0 quando a falta aconteceu. Ter um jogador a mais em campo não era certeza de que o Tricolor fosse empatar a partida, mas possivelmente faria o Rubro-Negro jogar com mais cautela, minimizando a chance de ampliar o placar, que foi feito antes da expulsão do lateral-direito Samuel Xavier.
Vencer o Flamengo por dois gols de diferença é uma tarefa complicada, mas não impossível pelo que o Fluminense já apresentou anteriormente. Antes da grande final, o Tricolor estreia na Libertadores, quarta-feira, contra o Sporting Cristal, em Lima, no Peru. Na opinião do auxiliar técnico Eduardo Barros, a equipe estará pronta e preparada para o time peruano e para revanhce diante do Rubro-Negro.
- Não pesa nada (a derrota) em relação ao emocional para a estreia na Libertadores. É uma equipe madura, experiente, com um treinador muito experiente também. Em relação ao tamanho da desvantagem, é uma desvantagem de dois gols, mas essa equipe já demonstrou algumas vezes o poder ofensivo que tem, então a final está aberta.