O Fluminense vive um momento que não presencia há tempos. Nas quartas de final da Copa do Brasil, que não disputava há seis anos, e da Libertadores, depois de oito, o time começou surpreendendo nas competições, mas vem avançando com tropeços pelo caminho. Entre desempenho e resultado, o técnico Roger Machado sofre com a pressão externa principalmente e a cobrança por um futebol mais ofensivo.
No início do Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil, o time de Roger demonstrou potencial para ser competitivo. Embora não conseguisse emplacar sequências de vitórias no campeonato de pontos corridos, o Fluminense parecia fazer campanha estável. Em pouco tempo, os empates passaram a ser mais frequentes que o esperado, e as derrotas aconteceram até para equipes lutando para sair do Z4. Com 14 jogos até agora, são 4 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. Na décima terceira posição, tem apenas 40,48% de aproveitamento.
Ainda assim, o clube avançou para as oitavas da Copa do Brasil em cima do Red Bull Bragantino. Confiante contra o Criciúma, o desempenho do clube custou a derrota em Santa Catarina, que foi revertida no Maracanã com algum esforço. Mesmo com a classificação, os dois jogos não passaram segurança para a próxima etapa, em que o Fluminense enfrentará o Atlético-MG. Com duas vitórias e duas derrotas, o time atingiu 50% de aproveitamento.
Enquanto o panorama nos campeonatos nacionais não era confortável, o grupo atuava muito acima de sua média na Libertadores. Contudo, o Fluminense não emplacou conseguiu avançar tranquilamente para o mata-mata. Com três vitórias, dois empates e uma derrota, a classificação era incerta até o último momento.
Motivados, os jogadores fizeram boa partida contra o River Plate (ARG) na última rodada da fase de grupos, e abriu a vantagem de dois gols fora de casa nas oitavas de final contra o Cerro Porteño (PAR). No jogo de volta, o time não foi superior, mas garantiu a vaga nas quartas de final.
Em que pese as limitações do elenco, que já demonstrou que é capaz de superar expectativas, mas tem poucas peças, há também desafios táticos. Roger não vem conseguindo promover variações, especialmente porque não tem tido tempo para treinar. Assim, o grupo não consegue propor o jogo ao adversário e espera o contra-ataque na maior parte do tempo.
- É um modelo de jogo que tem cinco substituições e você troca as peças que estão mais desgastadas. Hoje, troquei de um 4-2-3-1 e passei para um 4-4-2, diferente do 4-3-3 que a gente vinha fazendo. Você troca características. Não precisa necessariamente mudar o sistema. Para trocar o sistema, precisa ter tempo. Não dá para sair de um sistema para outro tão fácil como se imagina para quem analisa de fora - disse o treinador em coletiva após o jogo.
O resultado passa a cobrar o que o desempenho deixa a desejar há algum tempo, como foi o caso do jogo contra o Barcelona (EQU). Ainda há esperança para o Fluminense nas competições, mas é preciso evoluir. No próximo domingo, o time enfrenta o Internacional em Porto Alegre, às 20h30, pelo Campeonato Brasileiro. A volta na Libertadores é na outra quinta-feira, às 21h30, no Monumental.
*Estagiária sob a supervisão de Luiza Sá