O Fluminense empatou em 1×1 contra o Internacional na estreia de Mano Menezes a frente da equipe tricolor. Ouviu-se gritos de protesto da torcida com o resultado diante de mais de 40 mil pessoas. O time segue na lanterna da competição, com apenas sete pontos.
Na coletiva Mano Menezes fez uma breve análise do jogo:
"O jogo foi parelho. Houve proximidade no controle de posse. Não teve tanta conclusão dos dois lados. Ambos se neutralizaram. Acho que o resultado foi justo. Embora você enxergue suas virtudes melhores que o defeito. Era importante sair na frente. Ao sair atrás, tivemos felicidade de achar o gol num chute do Ganso. Devolveu a tranquilidade para voltar no segundo tempo. O ambiente não seria favorável. A nossa primeira parte do jogo foi o que me frustrou, por não ter feito uma vantagem de fazer coisas que a gente não pode fazer com espaço maior."
"A equipe fez um bom início de jogo. Ontem, na apresentação, perguntaram o que eu havia trabalhado em dois treinamentos. Elenquei algumas coisas e elas estiveram presentes na equipe e isso me deixa parcialmente satisfeito. E acho que não poderia ser diferente assim tão rapidamente"
Outras respostas
Estado emocional do time
"Encontrei o time como provavelmente estaria, normal que estivesse, senão eu não estaria aqui e as coisas estariam funcionando. Quando você vem numa fase dessa, a expectativa deles, não tenha dúvida que a confiança cai. Aquilo que falamos hoje, a retomada da confiança não vem por decreto, não adianta fazer discurso forte, a retomada vem com atitudes simples e certa. O time vai ganhando corpo e evolução que, se continuada, retoma resultados que há tempos não vêm. Queríamos fazer 3 pontos, mas temos que pontuar. Quando não der para fazer 3, tem que fazer 1. Jogar nesse lugar da tabela que a gente está, ponto é ponto. A torcida se portou bem em relação à pressão. Se nos desorganizamos, poderíamos escapar e sofrer a derrota. Não é a 7ª maravilha mas vamos a partir de estancar derrotas, buscar vitórias."
Confiança (jogadores vaiados na substituição)
"Trabalho com execução de funções. O time tem 11 funções e a gente precisa executar bem. Falo sempre que todas as ideias são boas se executar bem, ou ruins, se não executar bem. Não vai resolver o problema vaiar antes de o jogador atuar. Cria uma pressão e é uma pressão desnecessária para antes do que o jogador fez. Nem é justa. Se não formos bem, merecemos ser vaiados. O torcedor tem direito. É bom estarmos mais unidos, o torcedor veio num número bastante grande, temos que elogiar. Renato é extremamente experiente, já passamos por muita coisa, ele não entrou mal. Renato joga numa zona que naquele momento, a partir de uma alteração do adversário, era necessário ficar no tripé. Coudet tirou um atacante e botou um jogador a mais no meio no setor, criou uma superioridade numérica que deu a eles o controle. Eu tinha que fazer uma alteração tática. Não discordo de algumas dificuldades que Douglas Costa teve e Gabriel, que começou bem, cometeu um erro e se desestabilizou. O grupo do Fluminense é o grupo que assumi e vou defender porque as coisas funcionam melhor."
Desempenho do André
"André é unanimidade da função no Brasil. Foi usado mais atrás pela característica do trabalho e antes. Acho importantíssimo na função, dá uma segurança muito maior na saída que os outros. Perdemos para o Fortaleza, mas a ideia do que pensamos para o jogo era para exatamente aproximar a equipe para ter força de retomada no meio e mais adiante, para competir mais, igualar a competição do jogo e para os outros também terem bom exemplo disso."
Sequência de jogos fora do Rio
"Vamos jogo a jogo. Os jogos todos têm um caráter extremamente decisivo. Vamos jogar dois e depois temos uma parada de dez dias que vai ser muito valiosa. Vamos nos dois jogos com o mesmo pensamento de hoje. Não temos que pensar em depois, temos que fazer ponto em todos os jogos, ter essa ambição de equipe. O comportamento que o time mostrou hoje na disputa de jogo é um bom indício do que vamos ser fora. Vai ser difícil para gente e também vai passar a ser difícil para os outros."
Torcedor e análise de resquícios de tática do Diniz
"Torcedor, nós só temos que elogiar. Num momento tão difícil, se colocam 40 mil pessoas no Maracanã, o torcedor é soberano no que acha. Achei que a gente não deve tomar gols como tomamos. Abrimos muito a linha por dentro. Sabíamos que o adversário trabalha bem por dentro, foi na ânsia de pressionar, e abriu as linhas. A gente precisa de calma, induzir o adversário a fazer algo que a gente quer primeiro e depois retomar. Não se toma a bola com facilidade contra grandes times do futebol brasileiro, todos têm construção elaborada e bem feita, a gente precisa entender. O que mais vou trabalhar e acredito que ainda vai demorar é que nosso time não estava acostumado a jogar um futebol um pouco mais posicional. E um time que não está acostumado quer vir de encontro à bola. No futebol de hoje, pelo menos a grande maioria, trabalha atrás das linhas de marcação e faz a bola chegar nos lugares importantes. Isso vai dar mais trabalho porque é muito tempo trabalhando com a aproximação e toques curtos. A equipe evoluiu assim e depois parou. Talvez por isso o trabalho foi interrompido. Eu penso futebol diferente como a maioria. Por exemplo, às vezes você facilita a marcação indo de encontro a bola. Quando o adversário te pressiona e você vai, você traz consigo um jogador que vai apertar e roubar. No segundo tempo, cometemos 7 vezes o mesmo equívoco de buscar a bola próximo. Tem que ter calma para levar a bola lá, com qualidade para fazer mais jogadas de gol, concluir mais. Isso vai fazer a gente mesmo errando alguns, fazer mais gols e levar a gente à vitória."
O Fluminense volta à campo neste domingo às 16h, quando enfrentará o Fortaleza, no Castelão, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.