De um lado, o Fluminense, o novo campeão carioca, com muita organização tática, destaques individuais e uma garra incomum. Do outro, o milionário elenco do Flamengo que mais parecia um bando em campo, sem intensidade, com seus jogadores sem saber exatamente o que fazer, quase apático diante do rival.
Foi assim nas duas partidas finais em que o Fluminense se mostrou muito superior ao adversário, principalmente naquela que definiu o campeão – o empate por 1 a 1, nesse domingo (2), no Maracanã. O time teve uma atuação de gala, estonteando o Flamengo. Dias antes, na vitória por 2 a 0, não foi muito diferente.
Germán Cano ofuscou Gabigol e companhia. O volante André, 21 anos, despontou como o melhor na posição no futebol do Rio, abrindo ainda mais o caminho para integrar a Seleção Brasileira após o Mundial do Catar. Nino, na zaga, fez jus ao título de medalhista de ouro na recente Olimpíada de Tóquio.
Some-se a isso a segurança do goleiro Fábio, a versatilidade do meia Yago Felipe, a mestria do futebol-arte de Paulo Henrique Ganso e a experiência dos veteranos Felipe Melo, Willian Bigode e Fred, em que pese a fase de descontrole emocional do atacante do Flu, expulso duas vezes nos últimos três jogos da equipe.
Numa gangorra em que alterna altos e baixos, o técnico Abel Braga, alvo da ira dos tricolores até duas semanas atrás, voltou aos braços da torcida. Teve muito mérito na conquista do Carioca ao armar um esquema que anulou o ímpeto ofensivo do Flamengo e deixou o colega português Paulo Sousa em situação pra lá de delicada.