É aceitável elevar ao topo, nem que seja por um dia, um time consistente, intenso, com ótima organização tática, formado por jogadores de qualidade técnica e privilegiado por ter um treinador jovem e ousado. Principalmente depois que essa equipe consegue a façanha que se viu neste domingo na Arena Barueri. O gigante Água Santa, clube que nem sequer figura na Quarta Divisão Nacional, deu um show no megacampeão Palmeiras.
A vitória por 2 a 1, na primeira partida da final do Campeonato Paulista, não veio por acaso. Foi fruto de tudo isso citado acima e de muito mais. E, ressalte-se, foi conquistada sobre o Palmeiras, o atual campeão brasileiro e o grande favorito do futebol do País em várias competições que vão ser disputadas na temporada.
No jogo que vai definir quem levará o troféu do Paulista, no próximo fim de semana, no Allianz Parque, o Palmeiras pode, obviamente, reverter a vantagem. Vai ter que jogar bem mais e deixar a atuação apagada de Gabriel Menino, Weverton, Zé Rafael e Raphael Veiga para trás. Quem sabe, Endrick, que enfim fez seu gol pelo time, não decola de vez?
Nada, porém, apagará o brilho do Água Santa, que está apenas na sua quarta participação no campeonato.
Enfrentou o Palmeiras nos primeiros 90 minutos de igual para igual, envolveu seu adversário notadamente no segundo tempo, e deixou Abel Ferreira sem ação, de cócoras, mão no queixo, pensativo e assustado com o que via.
Graças ao goleiro Ygor e a Reginaldo, Marcondes, Didi, Gabriel, Thiaguinho, Igor Henrique, Luan Dias (jogador de rara habilidade), Lucas, Junior Todinho e a Bruno Mezenga, autor dos dois gols do time, além, é claro, dos suplentes e do estrategista técnico Thiago Carpini, o Água Santa fechou o domingo, 2 de abril de 2023, como o time mais credenciado e corajoso do futebol brasileiro.