De vez em quando vejo a repetição daquilo que condeno no futebol de ponta. Um time da elite, com jogadores badalados e megassalários, atuar sem o empenho devido, com até certa má vontade ou negligência. Foi o que constatei no empate do Corinthians com a Portuguesa, por 0 a 0, nesse domingo, em Brasília. Para a Lusa, que, ao contrário, teve uma postura aguerrida o tempo todo, o resultado acabou merecido.
O trabalho de Fernando Lázaro no Corinthians tem recebido elogios e não vai ser por causa de um jogo que a estrutura da casa vai sofrer algum dano. Ele mesmo não pode ser culpado da sequência irritante de erros de passe se sua equipe, das roubadas de bola do adversário por displicência dos corintianos, da má finalização de seus atacantes e de alguns outros equívocos de seu time na partida disputada no Mané Garrincha.
Enfrentar um dos piores do Paulista, com risco sério de rebaixamento, com a falta de motivação e desdém demonstrados pela maioria dos jogadores do Corinthians é algo que precisa ser averiguado. Seria uma entrega natural por causa da classificação privilegiada no Grupo C? Um eventual relaxamento para que ninguém ali ficasse fora do clássico de quinta-feira (16) contra o poderoso Palmeiras?
Seja lá o que for, não é admissível que um elenco de tamanha envergadura como o do Corinthians faça o que fez na capital federal, pela oitava rodada do Paulista. Não importa se o adversário é o Xerelete FC, longe aqui de fazer alguma associação com a Portuguesa, ou o Real Madrid. A vontade e a aplicação têm de ser a mesma e isso serve para todos os gigantes do futebol nacional.