O zagueiro Bolívar, um dos quatro jogadores que tiveram seus contratos rescindidos com o Botafogo, voltou a falar nesta quinta-feira sobre a situação caótica que o clube vive desde o início de 2014.
O ex-jogador do alvinegro falou sobre as dificuldades encontradas pelos jogadores e, principalmente, pelos funcionários do Botafogo, que dependiam da boa vontade dos principais jogadores do clube para levarem o dia a dia.
- A situação não está assim por acaso. Esse ano já começou muito mal, a questão dos salários foi minando o clima, tirando o foco, a concentração. Não é pelo meu salário, pelo dinheiro no bolso, é por todas as circunstâncias. O presidente (Maurício Assumpção) sumiu e os funcionários passando por dificuldades. Massagista, roupeiro, a moça que limpa o Engenhão... Essa gente precisa do dinheiro do salário, não é uma cobrança, é um direito. Eu e os outros jogadores tirávamos dinheiro dos nossos próprios bolsos para ajudar os funcionários. Fazíamos rachão valendo três cestas básicas e o time que perdia pagava as cestas para os funcionários - afirmou Bolívar em entrevista ao Expediente Futebol Fox.
O zagueiro ainda desmentiu a fama de "líder negativo" e reafirmou que sua postura foi em função da situação e de sua personalidade.
- Quem me conhece, conhece a minha historia, sabe que eu sou um cara integro. Tenho grandes amigos no meio do futebol: jogadores, dirigentes, técnicos. Em abril desse ano, quando o presidente quis me afastar, os jogadores nao pediram minha permanência no clube.Cada pessoa tem a sua personalidade. Eu tenho uma postura mais de líder porque a situação se mostrou assim para mim e eu a assumi.
Sem poder jogar até o fim do ano, Bolívar lamenta não poder ajudar o Botafogo: - Você fica triste por ver o clube nessa situação, ainda mais sendo o jogador que mais partidas tem pelo clube na competição, e não poder fazer nada. Não caiu a ficha de que eu não sou mais jogador do Botafogo. Foi um fato que ainda não está esclarecido.