Briga de torcidas no Rio: quem será a próxima vítima?

12 nov 2018 - 17h41
(atualizado às 18h16)
Torcida do Botafogo
Torcida do Botafogo
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

A morte de Pedro Henrique, no sábado (10), instantes antes do clássico entra Botafogo e Flamengo, disputado no Engenhão, representa mais um capítulo na história de confrontos de integrantes de torcidas organizadas do Rio. No caso, o flamenguista de 25 anos foi vítima de uma ação conjunta de duas facções que se uniram – uma do Vasco e outra do Botafogo – para guerrear contra um grupo que veste a camisa Rubro-Negra. Para o tenente-coronel da PM Sílvio Luiz, responsável pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), o assassinato de Pedro Henrique vai desencadear outras mortes entre ‘torcedores’.

“Lamentavelmente, vai vir o revide. Posso dizer isso com a experiência que tenho no assunto. Da próxima vez, a vítima poderá ser um botafoguense ou um vascaíno das torcidas que estão por trás desses crimes”, disse Sílvio Luiz, em entrevista ao Terra.

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“É humanamente e institucionalmente impossível evitar um ou outro desses embates. Conseguimos frustrar dezenas dessas batalhas ao longo de 2018. Fizemos neste ano um trabalho sério de prevenção, com mais de 400 prisões. Mas, isso não dá notícia. Hoje, cada vez mais, não há locais nem momentos determinados para os enfrentamentos. Esses criminosos que se travestem de torcedores muitas vezes circulam em grupos e há situações em que cruzam com os rivais casualmente.”

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No comando do GEPE, o coronel costuma estabelecer com sua equipe várias operações em estações de trem e em pontos específicos de alguns bairros nos dias de clássicos no Rio. Claro, isso também é feito nas proximidades dos estádios. Essa iniciativa impede ondas de violência na cidade. Mas não é suficiente.

“Temos informações de que essas facções às vezes se reúnem em comunidades e isso dificulta muito uma ação de prevenção.”

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Para Sílvio Luiz, até agora não há nada que comprove uma associação desses criminosos com traficantes de droga.

“Gosto sempre de reiterar que não se tratam de torcedores. Esses criminosos não compram ingressos, não vão aos estádios. Eles só se satisfazem com a violência. E não estão inseridos nos grupos com os quais nos reunimos para tratar de prevenção.” 

Pedro Henrique foi baleado na Ilha do Governador, zona norte do Rio, num confronto entre flamenguistas e vascaínos unidos a botafoguenses. Não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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