A onda de expulsões por questionar os árbitros no Campeonato Brasileiro continua. A vítima da vez foi o técnico colombiano Juan Carlos Osorio, que foi expulso no intervalo do clássico contra o Palmeiras pelo árbitro Anderson Daronco. O são-paulino admtiu que não sabia da nova regra da CBF, mas a atacou após a derrota por 4 a 0 no Allianz Parque.
“Trabalhei nos Estados Unidos e Inglaterra, líderes no mundo em respeito aos seres humanos, e permitem falar com o árbitro. Não sabia que eram intocáveis, os jogadores são, não os árbitros", disse Osorio.
“Não sabia. Repito, estamos falando de uma coisa diferente de duas culturas líderes do planeta. Eu considero que se na Inglaterra e EUA se pode falar com educação com qualquer ser humano, no resto do mundo deveria ser igual. Não sabia que no Brasil era exceção, que eles são intocáveis”, completou Osorio, que deu entrevista em espanhol para ser o mais claro possível.
Osorio foi expulso após questionar o árbitro pelo cartão amarelo recebido pelo lateral Bruno. O próprio camisa 2 foi punido por reclamar com Daronco no lance. Na segunda etapa, Milton Cruz ficou no comando do São Paulo dentro de campo. Uma câmera teria filmado Osorio falando com o árbitro nos vestiários.
“Peço para o câmera que o filmou mostre que não fui mal educado. Foi injusto com o Bruno. Fizemos um plano de jogo para não ter cartões amarelos como no anterior. Assim, Bruno foi prejudicado pelo cartão ruim”, afirmou o colombiano.
Osorio também mostrou irritação durante a primeira etapa. O técnico dedicou boa parte de seu tempo discutindo com quarto árbitro Alessandro Darcie.
“Até os 30min nós tínhamos duas opções, planejamos a partida pensando que Lucas vai muito no campo ofensivo. Hoje, não houve um cruzamento do Lucas, porque fixamos Alexandre Pato. Jogando assim, acertou a trave esquerda. Até aí a partida estava controlada. Tínhamos melhor circulação da bola até o lance da arbitragem. Falei para a arbitragem que o cartão comprometeu”, reclamou.
A nova instrução da CBF vem causando polêmica no Campeonato Brasileiro. A entidade pediu tolerância zero para reclamações com árbitros. Isto vem causando uma onda de expulsões de jogadores que contestam a arbitragem.
Por fim, o colombiano pediu desculpas para a torcida pelo resultado e para Milton Cruz, obrigado a comandar o time na segunda etapa.
“Primeiro, assumo a derrota e quero pedir desculpas à nossa torcida, porque não há quatro gols de diferença entre Palmeiras e São Paulo. Peço desculpas ao Milton por ter o deixado sozinho na expulsão, mas não pude me conter a fazer uma reclamação formal e educada”, disse o técnico são-paulino.
