O lateral direito Victor Ferraz saiu em defesa do zagueiro David Braz, expulso por reclamação na derrota por 1 a 0 do Santos para o Internacional, no domingo, no Beira-Rio, em confronto válido pela nona rodada do Campeonato Brasileiro.
Ferraz explicou que o posicionamento do defensor, de discordar de uma marcação durante a partida, foi algo normal e acredita que os árbitros estão praticamente intocáveis, mesmo termo usado pelo técnico do São Paulo neste final de semana.
"Sobre essa questão da arbitragem, está bem difícil jogar uma partida de futebol hoje. O juiz é, praticamente, intocável. Você não pode ir contra o que fala. O que dizemos no calor do jogo é normal, muitas vezes discordamos, ninguém acerta sempre, mas temos que ter a cabeça no lugar e o controle emocional. Na quinta (contra o Fluminense) sabemos a pressão que é, mas vamos para ganhar o jogo", projetou o camisa 13.
De acordo com o relato do árbitro paraense Dewson de Freitas, Braz gesticulou de forma acintosa antes de falar: "p... não foi mão na bola, tu viste aí! Prejudicaste nosso time", o que, segundo o árbitro, foi o bastante para um segundo cartão amarelo, que culminou na expulsão. A súmula ainda cita que, na saída de campo, o atleta santista não conteve as reclamações e descambou para ameaças desmedidas.
"Após ter sido expulso, o jogador apontou o dedo em direção ao meu rosto de forma agressiva... Ao sair de campo, recebi a informação de que o jogador expulso continuou a reclamar proferindo as seguintes palavras: ‘vocês e a comissão estão acabando com o futebol!!! Isso aqui não é Sub-20, juvenil!!! Vou denunciar para todo mundo!!!", descreveu Dewson na súmula.
Braz é mais um dos santistas a perder a cabeça com a nova instrução da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aos árbitros. Recentemente, o meia Marquinhos Gabriel foi expulso de forma direta, sem sequer ter cartão amarelo, na derrota por 3 a 2 no clássico contra o São Paulo.
O técnico Marcelo Fernandes também sofreu e foi o primeiro na lista, sendo expulso ainda nos minutos iniciais da derrota por 1 a 0 para a Chapecoense, em 24 de maio, por ofender o árbitro baiano Jailson Macedo Freitas. O comandante santista foi apenas advertido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas precisou cumprir duas vezes a suspensão, já que foi acusado pelo mesmo STJD de tentar burlar a punição ao passar instruções por um buraco no vidro do camarote ao lado do banco de reservas no jogo seguinte, na Vila Belmiro.
O presidente Modesto Roma Júnior afirmou no início deste mês que enviou ofício direcionado à CBF reclamando, principalmente, da orientação do presidente da comissão de arbitragem da entidade, Sérgio Correa, a quem chamou de “chefe da tribo” e “querer aparecer mais do que o futebol”.
As novas diretrizes da Comissão de Arbitragem cobram que o árbitro puna com cartão amarelo sempre que um atleta "reclame de forma acintosa". Quando acontecerem ofensas, será sempre mostrado o vermelho, ainda mais quando se tratar de treinadores.
Com informações da Gazeta Esportiva.