"Vocês nem estavam me esperando mais. Que desprestígio!", brincou Oswaldo de Oliveira em sua última entrevista dentro do Palmeiras. O agora ex-treinador do clube chegou de surpresa na sala de imprensa momentos depois que o presidente Paulo Nobre deu entrevista falando sobre a sua saída. Oswaldo lamentou que o seu trabalho não terá continuidade e insinuou que houve pressão interna para a sua queda.
"Não tenho conhecimento de Palmeiras, porque fiquei pouco tempo, mas dá para notar que tem muita carga emocional, muita pressão que acaba pressionando as pessoas que dirigem, que acabam não resistindo ao racional, ao óbvio", comentou Oswaldo.
"Falei com o presidente semana passada. Gostaria que nessa fase difícil a gente vencesse. Por isso que falo que talvez ele tinha tempo para me dar e não tinha para dar para as pessoas que estavam acima de mim", completou o treinador.
Oswaldo deixa o Palmeiras depois de apenas uma vitória em seis jogos no Campeonato Brasileiro e o vice do Campeonato Paulista. Apesar de criticar a pressão interna, o técnico tentou não criticar nem Nobre e nem o gerente Alexandre Mattos.
"Conversei bastante com o Paulo Nobre, reconheço as alegações dele. Eu espero que perdure a amizade entre a gente. É uma pessoa diferenciada no futebol, mas por motivos superiores não conseguiu manter o que poderia nortear o futebol, que é a manutenção do trabalho", comentou Oswaldo sobre o mandatário.
"Eu reconheço a qualidade do Alexandre. É um excelente negociador, construtor de elencos. Vai fazer um trabalho brilhante no Palmeiras", disse o técnico sobre Mattos.
O Palmeiras decidiu em uma reunião na noite da última segunda-feira que não contaria mais com o treinador, mas só o informou nesta terça, em uma reunião na Academia de Futebol. Alberto Valentim comandará a equipe até que um novo treinador seja contratado.
"Não sou militar mas respeito muito as forças superiores. Chego a esse ponto como treinador sem ser jogador porque sempre consegui equilibar as os desejos dos meus superiores", analisou o ex-palmeirense.