Caboclo via o circo pegar fogo dizendo que não saía da CBF

Presidente estava sendo pressionado a deixar o cargo por causa de escândalo sexual

6 jun 2021 - 15h18
(atualizado às 19h08)

Acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária da CBF, o presidente da entidade, Rogério Caboclo, resistia à ideia de pedir licença do cargo, a fim de que a denúncia pudesse ser investigada. Como demorou a se decidir, o Conselho de Ética da CBF determinou na tarde deste domingo o seu afastamento da presidência, por 30 dias, período em que ele poderá apresentar sua defesa.

O Terra apurou que pelo menos seis dos oito vice-presidentes da entidade queriam que ele se afastasse, posição em sintonia com a de quase todos os demais dirigentes da CBF.

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Rogerio Caboclo, presidente da CBF, relutava em pedir licença do cargo para apuração de denúncia que o envolve em assédio sexual e moral; foi afastado pelo Conselho de Ética da entidade
Rogerio Caboclo, presidente da CBF, relutava em pedir licença do cargo para apuração de denúncia que o envolve em assédio sexual e moral; foi afastado pelo Conselho de Ética da entidade
Foto: Wallace Teixeira / Futura Press

Caboclo, no entanto, reagia com certa agressividade quando ouvia de alguns deles que o melhor caminho, no momento, seria a sua saída temporária da presidência.

“Não saio, chega de ouvir m, não vou me afastar”, disse, aos berros, quando um integrante da diretoria tentou conversar com ele sobre o assunto durante o sábado (5).

"Ele está irredutível, é cabeça dura, teimoso. Mas, cedo ou tarde, vai ter que ceder", confidenciou ao Terra um dos vice-presidentes da CBF na manhã deste domingo, ainda na esperança de que Caboclo se antecipasse ao Conselho de Ética.

A funcionária formalizou sua queixa na Comissão de Ética da CBF na sexta (4). Entre outras coisas, contou que foi chamada de “cadela” pelo presidente e que ele quase a obrigou a comer um biscoito de cachorro. Caboclo nega todas as acusações.

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A pressão para que tirasse uma licença era interna e também dos patrocinadores da CBF. Cinco desses parceiros já haviam se manifestado publicamente, exigindo a apuração dos fatos com imparcialidade e rapidez.

Enquanto tentava lidar com a crise que ameaça a sua permanência definitiva na presidência, Caboclo se via diante de outra polêmica, a da posição de jogadores e comissão técnica da Seleção brasileira no que diz respeito a disputar ou não a Copa América, prevista para começar em 13 de junho.

Quanto a isso, ele já tinha deixado claro a pessoas próximas que não queria que o técnico Tite continuasse na Seleção, conforme o Terra publicou nesse sábado (5).

(Matéria revisada às 19h07 deste domingo)

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