Casos de manipulação de resultados de futebol têm queda de 48% no Brasil em 2024

'Embora a redução significativa de partidas suspeitas em 2024 nos dê motivos para otimismo, ela também destaca a necessidade de vigilância contínua e inovação', afirma vice-presidente executivo da Sportradar

9 jan 2025 - 19h37
(atualizado às 23h06)
O recebimento de cartões é uma das práticas comuns nos casos de manipulação de resultados no futebol.
O recebimento de cartões é uma das práticas comuns nos casos de manipulação de resultados no futebol.
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

Após anos de crescimento, a corrupção no mundo esportivo, principalmente no futebol, entrou em declínio em 2024. Esta é a conclusão do relatório anual de integridade divulgado pela empresa de tecnologia esportiva Sportradar, que monitorou mais de 850 mil partidas realizadas em todo o mundo em 70 modalidades durante o ano.

A empresa identificou 1.108 jogos suspeitos, uma queda de 17% em relação a 2023, em 12 diferentes modalidades. A Europa é o continente mais afetado pela manipulação de resultados, com 439 partidas suspeitas, apesar da queda de 34% em comparação ao ano anterior. Também houve melhora considerável na África, onde teve a maior redução (36%).

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De acordo com o relatório, 721 das partidas sob suspeita são de futebol, que registrou uma redução de 18% em relação ao ano anterior (881). O Brasil teve 57 confrontos detectados pelo sistema da Sportradar em 2024, quase metade dos 110 em 2023, e perdeu a liderança mundial de jogos suspeitos de manipulação.

No caso do Brasil, os jogos com fortes evidências de resultados viciados ocorrem principalmente em divisões inferiores de competições regionais e estaduais. Apenas quatro partidas suspeitas de 2024 foram disputadas em competições organizadas pela CBF, o que representa apenas 0,18% do total, segundo o estudo.

"Embora a redução significativa de partidas suspeitas em 2024 nos dê motivos para otimismo, ela também destaca a necessidade de vigilância contínua e inovação, já que o número ainda é expressivo", afirmou Andreas Krannich, vice-presidente executivo de Integridade, Proteção de Direitos e Serviços Regulatórios da Sportradar, que mantém parceria com entidades como CBF, Fifa, Uefa e Conmebol, além de organizações como COI, ATP, NBA e Nascar. "Continuaremos aprimorando nossas tecnologias e trabalhando em conjunto com as indústrias esportiva e de apostas para promover o jogo limpo e proteger a integridade do esporte em todo o mundo."

Para monitorar as competições e identificar padrões irregulares de apostas, a empresa utiliza tecnologia de análise de dados e inteligência artificial. Os dados coletados ajudaram em investigações que resultaram em 104 punições em 15 países em 2024.

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