“CBF precisa de diálogo”, diz ex-secretário-geral

Walter Feldman deixou a entidade no mês passado em meio a uma intensa disputa política

27 ago 2021 - 09h12
(atualizado às 09h18)

O turbilhão que envolve a CBF há mais de um mês expõe as entranhas da entidade, com intrigas, acusações e indefinições em capítulos que se sucedem pela disputa de poder. Para o ex-secretário-geral da CBF, Walter Feldman, a confederação vive a “pior crise de sua história”.

“É uma situação dramática. Falta diálogo e sobram arrogância, agressividade, intransigência”, disse ele, em entrevista ao Terra.

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Walter Feldman defende um pacto entre todos os setores do futebol (Foto: Divulgação/Mauro Horita/CBF)
Walter Feldman defende um pacto entre todos os setores do futebol (Foto: Divulgação/Mauro Horita/CBF)
Foto: Gazeta Esportiva

Feldman foi exonerado em junho, numa ação orquestrada pelo vice-presidente Gustavo Feijó, que levou o então presidente interino, coronel Antônio Nunes, a tomar a medida. Foi uma represália a acolhida de Feldman aos 20 clubes da Série A durante o anúncio formal de criação da liga independente dos clubes, dias antes, no Rio.

“Os 20 clubes da Série A estavam no Rio para uma reunião. Não teria o menor sentido a CBF não os receber. Paguei por isso. A CBF tem que aceitar o diálogo, construindo uma nova relação de poder com federações e clubes.”

O Terra apurou, antes mesmo do contato com Feldman, que Feijó e Nunes seguiram assim ordem de Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, banido pela Fifa em 2018 por envolvimento em escândalos de corrupção.

Apesar de sua exclusão, Del Nero manteve nos últimos meses ingerência nos rumos da confederação.

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Com larga experiência na administração pública e na vida parlamentar (foi vereador, deputado estadual e deputado federal), além de sua atuação como médico, Feldman ficou seis anos na CBF. Nesse período, criou programas voltados para a conexão entre o esporte e o social, com a participação da entidade em projetos espalhados pelo País que visavam a dar oportunidades a jovens carentes por meio do futebol.

Sem mágoas, como ele faz questão de dizer, mas chateado com o desfecho de sua passagem pela CBF, Feldman busca novos caminhos. “Não volto ao futebol. Fiz medicina para conhecer as questões de vida e morte; fui secretário de Estado e do município de São Paulo para conhecer as relações de poder e sociedade; fui parlamentar para conhecer política e estive no futebol para lidar com paixões. Está bom, né?”

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