A Polícia Civil do Ceará investiga o Ceará Sporting Clube por suspeita de emitir mais de R$ 45 milhões em 85 notas fiscais falsas durante o ano de 2023, utilizando o contrato com a então patrocinadora Estrela Bet.
No esquema, segundo a investigação, as notas eram canceladas em até 72 horas após serem apresentadas a fundos de investimento como garantia para adiantar valores que o clube não tinha direito a receber. As informações são da Folha de S. Paulo.
Assim, o presidente reeleito, João Paulo Silva, e outras oito pessoas estão em investigação por formação de quadrilha, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Para a Folha, João Paulo admitiu que emitiu as notas fiscais e alegou que o contrato com a Estrela Bet não permitia tal operação.
A empresa informou que não reconhecia as notas e havia feito várias reclamações sobre a prática antes de rescindir o contrato unilateralmente em abril deste ano.
Como funcionava o esquema no Ceará SC?
Segundo a investigação, o Ceará solicitava um empréstimo à CVPAR e, como garantia, apresentava uma nota fiscal que comprovava um valor para receber da patrocinadora Estrela Bet. Então, com base nessa nota, a CVPAR fornecia o empréstimo solicitado. No entanto, dias após a transação, o Ceará cancelava a nota utilizada como garantia para o empréstimo, o que gerou suspeitas sobre a legitimidade da operação.
O contrato entre o clube e a empresa proibia explicitamente a "cessão/antecipação de recebíveis", cláusula que era conhecida pela gestora de fundos CVPAR. Apesar disso, entre abril e dezembro de 2023, a CVPAR aceitou 85 notas fiscais emitidas pelo Ceará com base nesse contrato, que foram logo canceladas.
Por fim, as notas que representavam valores a serem recebidos em 2023 e 2024 totalizavam R$ 37 milhões. Porém, o Alvinegro teria direito a receber apenas cerca de R$ 17 milhões da patrocinadora durante esse período.
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