A intolerância é muito presente no universo do futebol, com casos recorrentes de racismo, misoginia e homofobia. Às vezes, é tão desproporcional que não tem como repercutir. Foi o que se deu com a declaração postada nesse domingo (9) em redes sociais pela jogadora Chú, atacante do Palmeiras e da Seleção Brasileira, referindo-se ao ator Paulo Gustavo, que morreu na semana passada, vítima de covid-19.
"Paulo Gustavo foi pro inferno".
Casado com o médico Thales Bretas, ambos pais de dois filhos, Paulo Gustavo ficou internado por quase dois meses, no Rio de Janeiro, até sucumbir na terça-feira (4) à doença. Sua morte transformou-se numa comoção nacional.
Diante da chuva de críticas recebidas, Chú apagou a postagem e gravou um vídeo se desculpando pelo que escreveu. Mas isso não foi suficiente para evitar reações.
Antes do clássico disputado nesse domingo entre Corinthians e Palmeiras (1 a 1), pelo Campeonato Brasileiro feminino, no Parque São Jorge, o clube usou suas redes sociais para mostrar o aquecimento do time ao som da música de Lulu Santos 'Toda Forma de Amor', um hit contra preconceitos.
Além disso, ainda antes de a bola rolar, com as duas equipes já em campo, prontas para o início da partida, as jogadoras do Corinthians fizeram o símbolo de um coração usando as duas mãos. Em perfis oficiais corintianos, essa imagem recebeu o título 'Seja amor, seja como for'.
Grupos de ativistas em defesa dos gays, como o Arco-Íris, no Rio, também se manifestaram contra a atitude de Chú, lamentando que ela tenha “propagado o ódio gratuitamente com um gesto claramente homofóbico”, na alusão ao ator.