A Copa Libertadores da América está de volta depois de seis meses paralisada por causa da pandemia do novo coronavírus, mas uma polêmica está no ar. O Libertad, clube de Assunção, emitiu um comunicado oficial detonando a atitude da Conmebol, que autorizou a presença de jogadores recentemente com resultado positivo para a covid-19 na delegação do Boca Juniors que viajará ao Paraguai para o duelo desta quinta, no estádio La Nueva Olla, pelo Grupo H.
Na declaração divulgada em suas redes sociais e no site oficial, o clube paraguaio afirmou que não se recusará a entrar em campo, mas assegurou que tomará as medidas jurídicas cabíveis, alegando que a exceção aberta aos argentinos coloca em risco a integridade de atletas e da população do Paraguai, além de abrir um precedente perigoso.
"O Club Libertad expressa sua total indignação, repúdio e absoluta preocupação pelo tratamento diferenciado e favorável que se concede a essas pessoas em detrimento da saúde da população paraguaia (...) Por isso, o Clube Libertad anuncia que nas próximas horas tomará as ações judiciais cabíveis, a fim de salvaguardar a saúde e a própria vida não só dos sócios do clube, mas também de todos os nativos ou estrangeiros residentes no Paraguai", postou.
O Paraguai é visto como uma das nações mais competentes nas Américas no combate à pandemia do novo coronavírus (28,4 mil casos com 539 óbitos), elemento citado no comunicado como a população tendo suportado "estoicamente a propagação do vírus", que teve impacto direto na questão econômica da nação.
"É altamente preocupante que os responsáveis da emergência sanitária do Paraguai modifiquem suas próprias práticas para beneficiar pessoas ou instituições que não cumpriram as obrigações que assumiram", prosseguiu a nota.
O surto de covid-19 no elenco do Boca Juniors atingiu entre 14 e 18 jogadores, obrigando até mesmo a paralisação das atividades no clube durante a reta final do mês de agosto.