A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil faria a "Copa das Copas" ao se referir à organização do Mundial de 2014 da Fifa. Embora não necessariamente pelos motivos que a política deseja, a primeira rodada da maior competição internacional de futebol fez jus à promessa feita por ela. Para aqueles que gostam de gols e times ofensivos, a Copa do Mundo deste ano - encerrados os 16 primeiros jogos da fase de grupos - só perde para os torneios realizados até 1958. Com 3,1 gols de média por partida (muito superior aos 1,5 por jogo em 2010), o Brasil recebe o Mundial mais artilheiro dos últimos 56 anos. Foram, no total, 49 balanços de rede somente na primeira rodada - maior número desde que o torneio passou a ser disputado por 32 seleções, em 1998.
Apesar da derrota impactante sofrida na estreia, os espanhóis viram seu estilo de trocas envolventes de passes se difundir por outras seleções europeias, como França, Itália e Inglaterra, além de equipes sul-americanas como a Colômbia e o Chile. A equipe treinada pelo argentino Jorge Sampaoli foi a que mais tocou a bola na primeira rodada, com 729 tentativas de passe realizadas contra a Austrália, com um aproveitamento superior a 80% que deu resultado, já que os chilenos bateram australianos por 3 a 1.
A seleção mais precisa nas tabelas, no entanto, foi a Itália. Famosa no passado pelo chamado Catenaccio, a seleção tetracampeã mundial mudou seu estilo e foi quem melhor tocou a bola na primeira rodada, acertando 89% dos passes tentados, característica que está diretamente ligada a Andrea Pirlo, maestro italiano na vitória sobre a Inglaterra, em um clássico que não só correspondeu às elevadas expectativas, como pode ser considerado o melhor duelo até então na Copa do Mundo.
Ingleses e italianos se enfrentaram na quente e úmida Manaus, mas não se limitaram a esperar o adversário e poupar o condicionamento físico. Pelo contrário: o confronto foi o que teve mais finalizações ao todo, 30, mais passes trocados, 1223, e melhor aproveitamento neste fundamento, pois 88% dos toques foram corretos.
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Apesar desses méritos, o placar não foi tão dilatado quanto o das vitórias de Holanda e Alemanha, que detêm os melhores ataques da competição, com cinco e quatro gols marcados, respectivamente. No caso dos alemães, o jovem Thomas Müller foi responsável por três dos tentos, se isolando na artilharia da competição após uma rodada completa. Revelação do último Mundial, o atacante do Bayern de Munique já soma oito gols em Copas do Mundo, se aproximando rapidamente de recordistas como seu colega Miroslav Klose, Ronaldo e o também alemão Gerd Müller, tendo apenas 24 anos.
Na atual edição da competição, Müller está a um gol de Van Persie, Robben, Neymar e Benzema, quarteto que balançou as redes duas vezes na primeira rodada. O centroavante francês também teve participação direta no outro gol francês diante da violenta seleção de Honduras, que acabou derrotada por 3 a 0.
O confronto realizado no Beira-Rio foi unilateral, com domínio absoluto dos comandados de Didier Deschamps, que sofreram com a rispidez dos hondurenhos. Eles e os uruguaios foram os times mais indisciplinados dos primeiros 16 jogos da Copa do Mundo, somando três cartões amarelos e um vermelho cada. A seleção da América Central não apelou para a deslealdade, pelo menos, na expulsão de Wilson Palacios, que recebeu o segundo cartão amarelo do árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci, ao contrário de Maxi Pereira, do Uruguai, que deu um pontapé no habilidoso Joel Campbell, da Costa Rica.
Outra seleção líder de uma estatística que não é digna de orgulho é a Croácia, que foi a que mais cometeu faltas em uma só partida. Contra o Brasil, na Arena Corinthians, os croatas fizeram 21 infrações, recorde entre os 16 primeiros jogos desta Copa do Mundo. Mas os pontos positivos desta edição do Mundial superam os pequenos detalhes negativos. Espera-se que a segunda rodada, que começou com o empate por a 0 a 0 entre Brasil e México, mantenha a média historicamente elevada registrada até o momento.
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Confira as estatísticas da 1ª rodada da Copa do Mundo: