Em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff rebateu uma das críticas mais comuns de manifestantes contrários à Copa do Mundo: a de que o governo priorizou a organização do mundial ante investimentos em saúde e educação. A fala da presidente ocorre a dois dias do início da Copa e tenta dissuadir parte dos protestos.
"Tem gente que alega que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na educação. Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas. Trata-se de um falso dilema", afirmou a presidente. Dilma fez comparações explicando que o valor global desembolsado por União, Estados e municípios em saúde e educação, entre 2010 e 2013, foram de R$ 1,7 trilhão, que segundo ela, equivale a 212 vezes mais ao que foi investido nos estádios.
Desde abril, o governo vem investindo em contra-argumentos às críticas ao Mundial. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi destacado para ir às 12 cidades-sede e dialogar com movimentos sociais apresentando o mesmo comparativo entre Copa e educação e também para reiterar os benefícios que o Mundial pode trazer ao País.
Apesar da investida para combater o argumento dos manifestantes, Dilma disse que o Brasil desfruta da "mais absoluta liberdade". "Convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas", afirmou. A presidente ponderou, no entanto, que as instituições brasileiras "nos respaldam tanto para garantir a liberdade de manifestação como para coibir excessos e radicalismos de qualquer espécie".