Dilma: "nem na ditadura nós confundimos Copa com política"

Presidente acusa grupos de oposição de usar manifestações contra a Copa do Mundo para atacar o seu governo

6 jun 2014 - 21h46
(atualizado às 22h07)
Dilma apareceu usando uma cachecol com as cores do Brasil, em dia de jogo da Seleção
Dilma apareceu usando uma cachecol com as cores do Brasil, em dia de jogo da Seleção
Foto: Itamar Aguiar / Futura Press

A presidente Dilma Rousseff acusou nesta sexta-feira grupos opositores ao seu governo de usar os protestos contra a Copa do Mundo para fomentar críticas de cunho político-eleitoral. Segundo Dilma, a campanha contra a realização do torneio no Brasil tem como objetivo atingir o próprio governo.

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“Estamos enfrentando uma campanha sistemática contra a Copa do Mundo. Ela de fato não é contra a Copa do Mundo, é uma campanha sistemática contra nós. Nem na ditadura nós confundimos Copa com política. Eu me lembro que eu estava presa, torturada, e ninguém torceu contra o Brasil”, discursou a presidente, durante encontro estadual do PT no Rio Grande do Sul.

Dilma afirma que o discurso contra a Copa não é o mesmo dos protestos de junho do ano passado. “Essa campanha está sendo feita bem antes das manifestações de junho. Nós fizemos um levantamento, e descobrimos várias linhas de intervenção anti-Copa. Primeiro, (disseram que) não vai ter estádio. A data é de uma grande revista do dia 21 de maio de 2011”, citou Dilma, referindo-se a uma edição da revista Veja questionando o andamento das obras nos estádios das cidades-sede da Copa.

Segundo Dilma, outro ataque focou no argumento de que o dinheiro empregado na Copa seria melhor aplicado na educação do País. “Gente, 10 dias do mês (dos gastos com a educação) dá (os custos dos) 12 estádios. E aí tem uma deliberada má informação. O dinheiro da educação é orçamento da União. E o dinheiro dos estádios é dinheiro de banco. E está pra nascer o banco que não cobra. Eu ainda não conheci nenhum que não cobre rigorosamente as suas dívidas, com as suas taxas de juros”, ironizou.

Dilma também rebateu as projeções de que o Brasil corre risco de sofrer um apagão energético durante a realização do evento. “Não há a menor possibilidade de haver racionamento de energia, não é na Copa não... é agora. E o presidente Lula é testemunha. Nós viemos enfrentando isso em 2006, falaram que ia ter racionamento. Em 2007, em 2008, em 2009, em 2011, em 2012, e agora, mais uma vez falam isso. Mas é interessante notar que onde está acontecendo racionamento - de água - ninguém fala”, atacou Dilma, referindo-se a São Paulo, Estado governado pelo tucano Geraldo Alckmin.

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Por fim, a presidente questionou as críticas feitas aos investimentos feitos na infraestrutura do País para receber o evento. “Nada do que nós fizemos foi feito para a Copa. Aeroporto não foi feito pra Copa, foi feito para atender a imensa demanda do nosso país, esse país que reduziu a desigualdade e que hoje faz com que as pessoas possam andar de avião. Nenhum visitante, quando for embora, vai levar na bagagem aeroporto, BRT. Tudo isso é legado para o povo brasileiro, e não pra Copa. E é tudo padrão brasileiro, e não Fifa”, discursou.

Fonte: Terra
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