Exército 'ficará em quartéis' na Copa, diz ministro de Dilma

Celso Amorim, da Defesa, afirmou em entrevista ao Terra que segurança durante os jogos será tarefa dos Estados; Exército e Força Nacional só agirão "em caso de emergência", disse

24 abr 2014 - 18h33
(atualizado às 21h05)

Agentes de segurança federais como Exército e Força Nacional deverão agir “apenas aquarteladas” e como “contingência” às Polícias Militares dos Estados durante a Copa do Mundo de futebol. A afirmação foi feita nesta quinta-feira pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, em São Paulo –uma das 12 cidades-sede do Mundial.

O ministro Celso Amorim ao lado do governador de SP Geraldo Alckmin
O ministro Celso Amorim ao lado do governador de SP Geraldo Alckmin
Foto: Janaina Garcia / Terra

Amorim esteve na capital paulista para a cerimônia de troca de chefia do Comando Militar do Sudeste, na zona sul da cidade. O posto foi ocupado pelo general João Camilo Pires de Campos.

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Em entrevista exclusiva ao Terra, o ministro sugeriu que as ações de segurança preventivas e ostensivas deverão ficar a cargo dos Estados e de braços da União como Polícias Federal e Rodoviária Federal. Sobre a possibilidade de manifestações – como as cinco já realizadas este ano só em São Paulo, por exemplo, contra o Mundial no Brasil --, ele declarou: “Não vamos misturar manifestações com Copa do Mundo. Tem muita manifestação que é saudável, que é expressão de reivindicações do povo e que tem que continuar normalmente, faz parte da democracia. Mas há as que se colocam em uma postura muito destrutiva”, observou.

Se o Exército ou a Força Nacional agirão para conter atos violentos, especialmente nas imediações dos estádios, Amorim afirmou: “Tenho a impressão de que a segurança pública, inclusive aqui em São Paulo, será muito bem exercida pelas polícias militares. Nosso papel é primeiro estratégico em relação a certas áreas, como a defesa espaço aéreo, em certos casos, também a defesa marítima e a defesa antiterrorismo, mas, na realidade, o que temos em relação à segurança propriamente dita do evento é uma força de reserva, de contingência”, disse.

“O melhor para uma força de contingência é que ela não precise ser usada. Acho que a própria presença dela como força de contingência já tem um papel dissuasório muito grande, essa é a linha. O Exército, mesmo, vai atuar basicamente aquartelado. Será uma reserva para um caso de emergência”, reforçou Amorim.

Cerimônia de troca de chefia do Comando Militar do Sudeste
Foto: Janaina Garcia / Terra

Ainda de acordo com o ministro da Defesa, será criado um comando integrado entre o Estado-Maior conjunto das Forças Armadas com os secretários de Segurança Pública estaduais “que vai permitir que isso (eventuais problemas de segurança durante o Mundial) seja resolvido de maneira harmônica”.

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Nesta sexta, em Brasília, será realizada uma reunião entre o comando-geral do Exército e os comandos regionais das 12 cidades que sediarão a Copa no Brasil, em Brasília, para que sejam exibidas estratégias de segurança voltadas ao Mundial. Além de representantes do Exército, a reunião deverá ter ainda integrantes da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB) das cidades-sede.

Fonte: Terra
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