A Fifa vai se reunir nesta tarde com a Polícia Civil do Rio de Janeiro para saber mais detalhes da operação Jules Rimet, que prendeu 11 pessoas no Rio e em São Paulo, na tarde desta terça-feira, com mais de 200 ingressos da Copa do Mundo, e a ligação dessas pessoas com membros do alto escalão da Fifa. As escutas telefônicas da polícia revelaram que o argelino Mohamadou Lamine Fofana, considerado chefe do esquema e um dos presos na operação, tinha acesso direto a eventos privados da Fifa. “Na reunião vamos ser informados qual nível de acesso ele possuía”, limitou-se a dizer a porta-voz da Fifa, Délia Fischer.
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A polícia do Rio estima que Fofana chegava a faturar R$ 1 milhão por partida com a venda de ingressos VIPs destinados a patrocinadores e associações de futebol e a ingressos de jogadores, entre elas a CBF e jogadores da Seleção Brasileira. “A CBF ainda não foi informada do caso”, limitou-se a dizer na terça-feira o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva.
Na ocasião o delegado Fábio Barucke, da 18ª Delegacia de Polícia, disse ter elementos suficientes para comprovar a ligação de Fofana à Fifa. “O inquérito está em curso”, disse. Mas a Fifa parece pouco interessada em investigar as questões relacionadas à venda de ingressos por parte de seus associados. O diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, já deixou claro que, para a entidade, é mais importante pegar quem tem o nome no ingresso e revende do que tomar medidas contra desvios com seus parceiros.
Sobre se as entradas vão ser colocadas à venda, já que são para jogos de quartas de final, semifinal e até mesmo da final, a Fifa vai esperar para saber se as entradas foram roubadas de alguém e, se for o caso, devolvê-las antes de coloca-las à disposição do público. Há quatro dias a entidade divulgou que restavam cerca de 6 mil ingressos disponíveis no site oficial para o público. Mas diante do questionamento de jornalistas que há dois dias não aparecia no sistema nenhum ingresso à venda, decidiu deixar de informar o numero. “Só o que podemos dizer é que os torcedores fiquem atentos ao site”, disse Fischer.
Falsos em Salvador
No jogo desta terça=feira em Salvador, pelas oitavas de final entre Bélgica e Russia, a Fifa detectou 156 ingressos falsos. Sobre o italiano que invadiu o campo vestido de Super Homem, Délia Fischer disse que está proibido de entrar em qualquer partida organizada pela Fifa e que eles estão investigando por que o ingresso de cadeirante que ele tinha estava em nome de outra pessoa.