Os balanços financeiros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) referente aos últimos anos de atividades da entidade apontam crescimento nos lucros, mas que não chegam aos clubes filiados. A avaliação é do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira.
Segundo os dados, a receita bruta da CBF aumentou 93% em quatro anos, saltando de R$ 236,6 milhões (2009) para R$ 436,5 milhões (2013). Boa parte deste valor do último ano, ou R$ 278,1 milhões (64%), é oriunda de acordos de patrocínio com a Seleção Brasileira. A transmissão televisiva de competições nacionais rendeu à entidade R$ 113,2 milhões em 2013, ou 26% do valor total arrecadado.
Na contramão dos lucros da entidade, os clubes brasileiros acumulam dívidas. Somadas, as pendências dos 23 principais times do País – ainda segundo o jornal – chegam a R$ 4,7 bilhões. As equipes negociam o parcelamento das dívidas com o Governo Federal, mas sem convencer a presidente Dilma Rousseff. “Os clubes querem o perdão das dívidas, mas não falam em melhorar a gestão do dinheiro”, afirmou Dilma em encontro com jornalistas.
Não há previsão de repasse dos lucros da CBF às federações estaduais, embora o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, tenha proposto (sem sucesso) tal medida durante o último processo eleitoral da entidade nacional, vencido por Marco Polo del Nero.
Boa parte dos lucros da CBF tem sido aplicada nas dependências da própria organização. Segundo o jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira, a nova sede da confederação, no Rio de Janeiro, já consumiu R$ 100 milhões desde 2012. No ano passado, em contrapartida, o lucro líquido da organização foi de R$ 55 milhões.