De acordo com o jornal Folha de S. Paulo deste domingo, uma avaliação do Tribunal de Contas do Distrito Federal pode elevar em mais R$ 500 milhões o preço total do Estádio Nacional (Mané Garrincha), obra que não conta com investimento privado. O preço poderia saltar de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,9 bilhão, segundo o jornal, "com os contratos assinados, aditivos, licitações que ainda não foram finalizados e o custo das estruturas temporárias".
Por outro lado, a Coordenadoria de Comunicação do DF para a Copa de 2014 diz que o preço da obra, na verdade, pode cair para R$ 1,2 bilhão “em virtude da previsão de abatimento de créditos do Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização dos Estádios de Futebol (Recopa).
O primeiro contrato assinado, em 2010, previa investimento de R$ 700 milhões, mas ele não incluía itens como cobertura, gramado, placares eletrônicos, assentos. Ainda de acordo com o comitê, a possibilidade de novo salto na valor apontado pelo jornal computa. "equivocadamente, entre outros, recursos para paisagismo e urbanização referentes ao projeto de revitalização da áresa central de Brasília".
O jornal ainda diz que o Tribunal de Contas do Distrito Federal aponta indícios de um superfaturamento de R$ 431 milhões na reforma. O valor seria fruto de irregularidades como compra indevida de material de construção, erros de cálculo no custo do transporte e atraso na solicitação de descontos na cobrança de impostos.
Segundo auditores ouvidos pela Folha de S. Paulo, o transporte de cada metro cúbico do material usado na obra do estádio custou R$ 592, quando deveria custar apenas R$ 3,70. No transporte do material, o prejuízo apontado seria de R$ 879 mil. A coordenadoria se defende citando que o relatório é preliminar, usual nos procedimentos do tribunal, e que lista itens pontuais para esclarecimentos.
"O Governo do Distrito Federal alcançou o maior índice de transparência entre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo 2014, de acordo com levantamento do Instituto Ethos, organização não governamental que atua na área de gestão socialmente responsável. E recebeu nota máxima em participação popular na aplicação desses recursos. O TCDF faz auditoria permanente e chegou até a contar com uma sala no canteiro de obras do estádio na fase de construção, o que comprova comprometimento e transparência do governo com o órgão fiscalizador. Além disso, técnicos do TCDF realizavam visitas mensais, acompanhando o dia-a-dia da obra", diz uma nota de esclarecimento.
O jornal ainda diz que o caso será julgado em cinco processos. O TC deu 120 dias a partir de janeiro para que o governo do DF justifique os gastos. Encerrado os prazos, os auditores analisarão as explicações apresentadas e definirão o valor considerado excessivo nas contas do estádio. Segundo eles, escolhas feitas pelos engenheiros da obra elevaram o orçamento – o processo de corte e dobra do aço, por exemplo, elevou o custo do estádio em R$ 62 milhões.