Zica e fantasma: veja "maldições" que derrubaram o Brasil

9 jul 2014 - 10h43
(atualizado em 5/8/2015 às 21h47)

A Seleção Brasileira adiou por no mínimo mais quatro anos o sonho de conquistar o hexacampeonato mundial. A vexatória derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014 não só aumentou o jejum do Brasil para 16 anos, como também confirmou algumas “maldições” que assombram o futebol mais vencedor da história. Se você acredita em coincidências e gosta de fatos curiosos, confira, abaixo, o que "ajudou" a derrubar o Brasil da maneira mais vergonhosa possível dentro de seus próprios domínios.

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Título "zicado"?

Criada em 1997, a Copa das Confederações já teve sete edições em toda a história. Inicialmente disputada de dois em dois anos, ela passou a ser realizada em um intervalo de quatro temporadas desde 2005. O motivo? Ocorrer um ano antes e servir como principal evento-teste da Copa do Mundo. Tal justificativa pode até ter se confirmado na organização do torneio, mas, dentro de campo, há uma "zica".

Nenhum campeão da Copa das Confederações levantou a taça da Copa do Mundo um ano depois. O Brasil, aliás, é o país que mais conquistou o torneio preparatório para o Mundial. Celebrou em 1997, 2005, 2009 e 2013. Os desfechos das Copas de 1998, 2006, 2010 e 2014 todos conhecem. O mesmo serve para mexicanos (campeões em 1999) e franceses (2001 e 2003): desde que faturaram a Copa das Confederações, não têm sucesso no campeonato que de fato importa.

Copa das Confederações Campeão Copa do Mundo seguinte Desempenho no Mundial
1997 Brasil 1998 Derrotado pela França na final por 3 a 0 
1999 México 2002 Derrotado pelos Estados Unidos nas oitavas de final por 2 a 0
2001 França 2002 Eliminado na primeira fase sem nenhuma vitória
2003 França 2006 Derrotado pela Itália na final nos pênaltis 
2005 Brasil 2006 Derrotado pela França nas quartas de final por 1 a 0
2009 Brasil 2010 Derrotado pela Holanda nas quartas de final por 2 a 1
2013 Brasil 2014 Derrotado pela Alemanha na semifinal por 7 a 1

Ganhou? Não volta

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Cinco treinadores conseguiram comandar a Seleção Brasileira a um título de Copa do Mundo. Quatro deles voltaram ao banco de reservas canarinho em outros Mundiais. Nenhum obteve sucesso. O único que optou por ser preservar e não tentar a segunda conquista foi Aymoré Moreira, técnico que faturou o bicampeonato em 1962. Comandante do time que ergueu a taça Jules Rimet no Chile, ele não trabalhou mais à frente do Brasil em Copas.

Vicente Feola, treinador em 1958, arriscou-se em 1966, mas a estrelada Seleção Brasileira deu vexame na Inglaterra e caiu ainda na primeira fase. Mario Jorge Lobo Zagallo, que conquistou o tri em 1970, tentou em 1974 e 1998, mas não foi bem: até chegou à final na Copa da França, mas acabou massacrado pelos donos da casa. Carlos Alberto Parreira, comandante do tetra em 1994, era quem estava à frente do banco de reservas na eliminação de 2006. Por fim, Luiz Felipe Scolari, campeão em 2002, fracassou em 2014.

Técnico campeão mundial Ano Retorno Desempenho
Vicente Feola 1958 1966 Eliminado na 1ª fase
Aymoré Moreira 1962 - -
Mario Jorge Lobo Zagallo 1970 1974 e 1998 Eliminado na semifinal e derrotado na final, respectivamente
Carlos Alberto Parreira 1994 2006 Eliminado nas quartas de final
Luiz Felipe Scolari 2002 2014 Eliminado na semifinal
Campeão mundial em 2002, Luiz Felipe Scolari repetiu os fracassos dos também vencedores Vicente Feola, Mario Jorge Lobo Zagallo e Carlos Alberto Parreira
Campeão mundial em 2002, Luiz Felipe Scolari repetiu os fracassos dos também vencedores Vicente Feola, Mario Jorge Lobo Zagallo e Carlos Alberto Parreira
Foto: Alex Livesey/Fifa / Getty Images

O tetra anunciado

Há, pelo menos até o próximo domingo, apenas duas seleções que faturaram pelo menos quatro títulos mundiais na história: o Brasil, campeão em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, e a Itália, que se consagrou em 1934, 1938, 1982 e 2006. A incrível coincidência que as une conta com o número 24. Foi esta a quantidade de anos que ambos os países demoraram para erguer a sua quarta taça mundial.

Desde o tri, em 1970, a Seleção Brasileira passou duas décadas e quatro anos até encerrar o jejum em 1994. Os italianos, que conquistaram o terceiro título em 1982, levaram o mesmo número de temporadas para ser tetra em 2006. Sabe há quanto tempo a Alemanha, algoz do Brasil na atual edição da Copa do Mundo, busca a quarta conquista? Sim, 24 anos. Esta "maldição" pode ter cruzado o caminho verde e amarelo neste Mundial.

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Seleção Ano do tri Jejum Ano do tetra
Brasil 1970 24 anos 1994
Itália 1982 24 anos 2006
Alemanha 1990 24 anos ?

Fator Alan Kardec

Apenas dois clubes brasileiros tiveram representantes em todos os títulos mundiais da Seleção Brasileira: Palmeiras e São Paulo. Nas cinco vezes em que o Brasil ergueu a taça da Copa do Mundo, havia pelo menos um atleta do clube alviverde e outro do time tricolor festejando. Em 2014, Felipão optou por não convocar nenhum jogador de equipes paulistas.

O mais curioso, porém, é que o comandante canarinho esteve perto de unir os “pé quentes” Palmeiras e São Paulo em apenas uma figura dentro de seu grupo: a de Alan Kardec. O atacante, que teve o seu nome presente apenas na “lista de espera” de sete jogadores para a Copa, foi lembrado por seu desempenho na equipe de Palestra Itália em 2013. Ele, porém, transferiu-se para o São Paulo dias antes do anúncio dos 23 eleitos para disputar o Mundial. Poderia, então, manter a “cota” de palmeirenses e são-paulinos campeões do mundo com a Seleção. Não foi o caso.

Ano Jogadores do Palmeiras Jogadores do São Paulo
1958 Mazzola Dino Sani, Mauro e De Sordi
1962 Djalma Santos, Zequinha e Vavá Bellini e Jurandir
1970 Leão e Baldocchi Gérson
1994 Zinho e Mazinho Zetti, Cafu, Leonardo e Muller
2002 Marcos Rogério Ceni, Kaká e Belletti
2014 Nenhum Nenhum

O fantasma que ronda o País

Até esta terça-feira, a derrota mais sentida pelo futebol brasileiro havia acontecido em 1950. O 2 a 1 na final da Copa do Mundo contra o Uruguai marcou uma nação e serviu para a Seleção se reerguer e faturar cinco títulos nos 52 anos seguintes. Seis décadas e quatro anos depois daquele tropeço no Maracanã, porém, o time verde e amarelo voltou a sofrer um baque de proporções imensuráveis. Desta vez, 7 a 1 para a Alemanha. A coincidência? As duas quedas ocorreram em um Mundial disputado dentro do País.

O fardo de jogar o principal evento esportivo da temporada em seus próprios domínios pareceu, de novo, ser grande demais aos jogadores brasileiros. O fantasma de 1950 ressurgiu em 2014, encarnou-se na espetacular seleção alemã e decretou a maior derrota da história da Seleção Brasileira. O Maracanã, que chorou o tropeço da Copa disputada há 64 temporadas, agora não terá sequer a oportunidade de ser palco de um jogo do Brasil no Mundial.

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Fonte: Terra
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