A Arábia, o vexame da Argentina e a maldição do texto pronto

A primeira grande zebra da Copa do Mundo deixa Messi e companhia sem reação

22 nov 2022 - 10h11
(atualizado em 23/11/2022 às 16h06)

A magia do futebol reside muitas vezes na imprevisibilidade. De vez em quando, favoritos são batidos por times fracos e surpreendem muita gente. Nem foi o caso da vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina por 2 a 1, nesta terça, em Lusail, pelo Grupo C do Mundial. Esse confronto era tido nas bolsas de apostas do mundo todo como o de mais fácil prognóstico da primeira rodada da competição

Ou seja, não havia dúvidas. O time de Messi venceria, tal a disparidade técnica entre as duas seleções. A única questão era adivinhar o número de gols da goleada dos argentinos. Ah, não tem mais bobo no futebol, estariam dizendo alguns cientistas da bola neste momento. Tem sim. Leiam o texto até o final e entenderão.

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Foi um jogo maluco. Histórico certamente, o resultado mais expressivo já conquistado pela Arábia Saudita. Pôs fim a uma invencibilidade de 36 jogos da Argentina -  não era derrotada havia três anos e meio.

O que explicaria esse revés da equipe cotada para ganhar o título do Mundial? Mais do que revés, foi um vexame, um baita vexame da Argentina, afobada, às vezes soberba e trancada pela marcação adversária. A expressão de seus jogadores ao fim da partida traduz isso. Estavam atônitos, sem reação, incrédulos.

Mérito total de um time árabe que se entregou de corpo e alma para vencer o titã sul-americano. Um viva para Al-Shehri, autor de um gol muito bonito, e outro viva para Salem Al-Dawsari, que fez um gol de Messi, de placa, na virada do placar. Aplausos para todos os 16 jogadores que estiveram em campo e escreveram a página mais honrosa do futebol saudita.

Mas, antes dos dois gols da Arábia, o que se deu em Lusail?

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Bom, há alguns dados que precisam ser expostos. A Argentina começou o jogo de forma fulminante. Messi bateu pênalti aos 9 minutos e abriu o placar. Depois disso, mesmo sem ser brilhante, o time fez mais três gols, ainda no primeiro tempo, e todos anulados por impedimento. Era o prenúncio de um massacre.

Isso levou o autor deste texto a tentar adiantá-lo no intervalo. Já havia até um título preparado: “Messi é outro patamar”. Considerava o gol marcado por ele, numa cobrança com categoria, seus passes precisos, uma assistência para um dos gols anulados de Lautaro Martinez e autor, ele próprio, de outro gol que a arbitragem não validaria.

Mas, quem diria, foi Messi que possibilitou o início da reação da Arábia. Perdeu uma jogada no meio e permitiu o contra-ataque fatal do gol de empate.

Sobre o bobo no futebol ... são os que acreditamos que há jogos já resolvidos de véspera.

Zagueiro saudita encara Messi após virada na Copa do Catar
Zagueiro saudita encara Messi após virada na Copa do Catar
Foto: Reuters/Dylan Martinez
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