A falta de tradição do Catar no futebol ficou evidente na partida de abertura da Copa do Mundo. Os donos da casa só conseguiram levar perigo contra a meta equatoriana no último lance do primeiro tempo para delírio da torcida local que pareceu, em muitos momentos, estar muito mais no teatro do que em um estádio de futebol.
Se durante a cerimônia de abertura, o Al Bayt ainda tinha lugares vazios, todos foram preenchidos quando a bola começou a rolar. O público local fazia muito barulho quando Tamim bin Hamad al-Thani, Emir do Catar, aparecia nos telões, mas era tímido para apoiar os donos da casa. A única exceção ficou por um grupo de torcedores organizados atrás de um dos gols. Esses tentaram animar a equipe catari o jogo todo.
O artilheiro Enner Valencia fez a alegria dos donos da casa durar pouco. O primeiro gol dele acabou anulado, fazendo o estádio explodir, mas o atacante equatoriano voltou a balançar as redes outras duas vezes antes do final do primeiro tempo.
A torcida equatoriana constratava com os cataris. Enquanto os sul-americanos cantavam e pulavam, a torcida local ficou sentada a maior parte do tempo. Eles esboçavam alguma reação quando a seleção ameaçava a meta do Equador, o que aconteceu em poucas oportunidades, ou até uma espécie de vaia para pressionar o adversário.
Na volta do intervalo, o desânimo e o fraco futebol apresentado em campo fez com que muitos torcedores nem voltasse para suas cadeiras. Faltando pouco mais de 15 minutos para o final da partida, metade do estádio já estava vazio. Gritos de olé e a famosa ola deram o tom até o árbitro pôs fim ao primeiro duelo do Mundial.
Os cataris terão uma nova oportunidade de marcar um gol pela primeira vez na história da Copa para animar os torcedores na sexta-feira, 25, às 10h contra Senegal. Já o Equador enfrenta a Holanda no mesmo dia, às 13h.